Pitaia: aparência rústica esconde a delicadeza da fruta

Nativa do México, pode render bons lucros ao produtor brasileiro, se cultivada com atenção

O produtor João Vinicius Della Vecchia mantém 1900 pés de pitaia em Pinheiral, SP

Quem vê a pitaia pela primeira vez pode achar que a fruta, de aparência rústica, é das mais resistentes e não precisa de maiores cuidados para ser produzida. Mas João Vinicius Salveti Della Vecchia sabe bem que isso não é verdade. Embora o caule da planta lembre um cacto digno do deserto e a fruta apresente uma casca que parece recoberta por escamas, a pitaia é bastante delicada.

Depois de muitas tentativas e erros, o engenheiro-agrônomo radicado em Pinheiral, SP, aprendeu que apenas com muita dedicação é possível ter uma boa colheita dessa fruta exótica. “Tem gente que planta três, quatro frutas por mourão [poste ou estaca grossa]. Aqui, plantamos apenas uma pitaia em cada, para individualizar a adubação. E adubamos três vezes mais do que a maior parte dos produtores”, afirma João Vinícius.

Até mesmo os mourões, que servem de apoio para a planta de galhos rebeldes, crescendo em diversas direções, foram feitos após muitos protótipos. Enfim chegou-se a um formato que garante o apoio ideal e facilita a colheita, por manter os ramos na altura média de uma pessoa.

A fruta, nativa do México e de algumas regiões da América do Sul, ainda não é amplamente conhecida no país. “Quando levei uma caixa pela primeira vez no Mercadão [Mercado Municipal de São Paulo, conhecido por vender todo tipo de alimentos], nem eles conheciam”, conta João Vinícius. A ideia de produzi-la veio depois que o agrônomo se formou em Viçosa, Minas Gerais. “Eu queria trabalhar em uma pequena propriedade, e após pesquisar conheci a pitaia, que já era plantada na cidade paulista de Socorro”.

Em 2005, João começou com 400 plantas, de modo experimental. Depois de algumas tentativas frustradas e muitos ajustes, hoje já são 1900 pés de pitaia, nas variações amarela, roxa e branca. A amarela (Selenicereus megalanthus) é a mais comercializada, pois tem doçura acentuada – seu grau brix, que indica a quantidade de açúcares, é 20, considerado bastante alto. A fruta desta coloração é menor, e, quando verde, é recoberta de espinhos. Após a maturação, eles são facilmente removidos com uma escovinha.

Pitaia amarela é a mais comercializada, por tem doçura acentuada

Já a pitaia roxa (Hylocereus polyrhizus) é intermediária quanto à doçura, tendo o brix em torno de 12, e atrai sobretudo pela cor viva da polpa. Alguns restaurantes servem a fruta apenas cortada ao meio, por seu aspecto exótico. Por fim, a pitaia branca (Hylocereus undatus), a menos doce de todas, tem grau brix em torno de 10, e é excelente para a produção de doces – e fica ótima numa caipirinha.

Cada caixa das frutas, com cerca de 4,5 quilos, é vendida por R$ 20 na Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo (Ceagesp). “O nosso diferencial é que produzimos frutas grandes, que duram até mesmo duas semanas. É muito fácil gerar uma pitaia que irá apodrecer três dias depois que a pessoa a comprar”, afirma João Vinícius.

A localização da plantação em Pinheiral, a 306 quilômetros de São Paulo, ajuda na produção bem-sucedida de João Vinícius. O terreno está a 900 metros de altitude, o que garante noites frias, acentuando assim o sabor das frutas. Já a relativa proximidade com a capital do estado auxilia no escoamento da produção. Hoje, o agrônomo conta com dois funcionários, que fazem a manutenção e a colheita. A pitaia dá frutos de dezembro a maio, e costuma ter três floradas fortes.

Para se ocupar nos momento em que a pitaia não produz, João faz experimentos com diversas outras plantas exóticas. Atualmente, uma de suas preferidas é a groselha-do-ceilão, que apareceu em sua vida quase sem querer. A vizinha do sítio, dona Josenilda, havia dado um suposto pé de camu-camu para João Vinícius, que o plantou ao lado de uma outra muda, comprada recentemente de um produtor.

Conforme as plantas foram crescendo, o agrônomo notou padrões diferentes de folhagem, e frutas com sabores bastante distintos. Para tirar a dúvida, ele levou a planta a um biólogo, e descobriu assim que tinha um pé de groselha. Hoje, a planta já ocupa boa parcela do terreno, e embora ainda não seja comercializada, rende ótimas geleias e um licor de sabor especial, perfeito para brindar as conquistas da produção de João Vinícius.

Fonte: [ Globo Rural ]

Autor: Anderson Porto

Desenvolvedor do projeto Tudo Sobre Plantas

21 comentários em “Pitaia: aparência rústica esconde a delicadeza da fruta”

  1. Gostaria de contactar o João Vinicius Salveti Della Vecchia em relação a pitaya. Gostrai de comprar a fruta e as mudas.
    Como faço?
    Atenciosamente,

    Luiz Nogueira

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  2. Boa tarde, presciso do contato do Sr° Vinicius (telefone, fax, e-mail, o q puder me arrumar), gostaraia de comprar a sua produção.

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  3. preciso adquirir com muitissima urgencia mudas de pitaya de polpa vermelha caso não tenha pode ser outra especie so não pode ser da branca gostaria que me respondesse com uma certa urgencia pois estou na procura de fornecedor a mais de um ano e ninguem me responde se puder me ajudar ficarei muito agradecida muito obrigada

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  4. bom dia, eu sou de Peru, estou muito interesado en conhecer ao productor joao, pra conhece seus campos de cultivo en sao paulo sobre todo de pitaya amarela, si el pode dar nos pasantia de uma semana paar prendes sobre a cultura de pitaya. Muito obrigado gracias.

    pd: meu e mail é rudyccj1980@hotmail.com

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  5. parabens joão pela sua plantação de pitaya,eu estou começando uma pequena plantação com 200 pés ,espero que de tudo certo,se Deus quiser primeiramente…….. abraços e boa produção,. adilson,, pilar do sul,,sp

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  6. Olá joão, estou passando para lhe pedir ajuda, porque, nestes dias deparamo-nos com um certo cacto, plantado no muro de minha casa, que apareceu com uma fruta, nunca vista por nós antes e por sinal estranha. Este cacto entrou na nossa vida assim por acaso, como uma muda de enfeite de mesa, porem, foi despresado no quintal de casa encostado no muro, logo se desenvolveu subiu no muro ganhando grandes proposções, só escapou do corte por causa de uma bela flor que colocou um certo dia o que encantou a todos. Logo depois, ano passado, já no finalzinho, pela primeira vez, ela colocou uma fruta, resolvemos e esperimentar gostamos, foi uma festa na vizinhança, pois todos aprovaram o sabor, receosos é claro que foce venenosa. Resolvi pesquisar, mas não sabia por onde começar e como pesquisar na família dos cactos, mas dias atras o globo reporte, resolveu apresentar algo a respeito da fruta, fiquei encantando e nos supreendemos, fui buscar mais na internet, foi quando te encontrei. Bom, minha pergunta é a seguinte, a planta só colocou uma fruta até hoje, em toda a vida dela, a mais de cinco anos coloca flores, sou pernambucano, moro na região agreste do estado, como faço para estimular ela colocar mais frutos?Pode me orientar? Desde já muito lhe agradeço pelo esforço a mim despensando.

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  7. Comprei esta fruta (pitaia vermelha) mas achei a fruta sem sabor (para mim,o sabor aproxima-se da pele do coco verde), li no site que é uma fruta doce, como saber se esta fruta está pronta para consumo?
    Grata,

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  8. Sr. João mais ou menos uns 02 anos. Em São jose do Rio Preto. comi um pedacinho de uma fruta de pitaia, adorei o sabor muito Gostosa, nuca esqueci, sempre procurei, mudas uo a fruta aqui na minha cidade, um dia encontrei achei muito cara mais comprei uma adorei o suco dela tem um sabor especial. então por curiosidade plantei alguma sementinha elas estão muito bonita, não corro o risco desta ser uma fruta< clone de outra fruta, como por exemplo ganhei uma laranja muito doce e saborosa. Plantei as sementes hoje tem limão Rosa ou limão caipira como dizem os antigos, da Pitaia tem mais de 300 mudinhas de 05 meses. É da cor vermelha, uma pergunta todas tem mesmo sabor? se o Sr. puder me responder agradeço muito, pois tem dúvida. um grande abraço. Campo Grande. MS.

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