Cultivo de bambu

Bambusa vulgaris vitatta

A valiosa planta do bambu tem muitos usos. Pode ser usada para carregar água, como material de construção, para fazer móveis, trabalhos de artesanato e para controlar a erosão de encostas e rios. Mas o bambu está sempre em falta porque não é normalmente cultivado por agricultores. Ele cresce de maneira selvagem. A maioria dos tipos de bambu crescem de rebentos que saem de talos debaixo da terra chamados rizomes.

Cultivo com mudas

Se você deseja reproduzir o bambu, é importante seguir o método correto. Retire mudas de troncos altos e em moitas que não tenham mais do que três anos. Você conseguirá os melhores resultados se retirar mudas do meio do tronco. Um tronco de 10 metros de altura fornecerá cerca de quatro mudas.

Cada muda deve conte dois gomos completos e não danificados e um meio gomo.

Plantio

Plante as mudas logo após serem costadas pois elas são sensíveis ao choque, que pode resultar em uma germinação pobre ou fracasso total. Os solos de marga arenosos são os melhores para o cultivo de bambu.

Deixe bastante espaço para que as mudas se desenvolvam. Plante-as verticalmente com o meio gomo sobre a superfície. Coloque argila húmida ao redor da ponta de cima do bambu sem cobrir o orifício. A argila funciona como um desinfetante.

Coloque duas xícaras de água dentro do topo da muda de bambu. Continue adicionando água com regularidade até que raízes e brotos verdes se desenvolvam nos nós.

Outros métodos

Você pode usar mudas maiores com quatro a seis gomos (veja o diagrama abaixo). Plante-as horizontalmente, após fazer um orifício no gomo do meio. Mantenha este orifício cheio de água até que os nós produzam raízes e brotos.

Mudas podem também ser tiradas de galhos que crescem de troncos altos. Estas mudas devem ter pelo menos dois gomos e meio.

Estes métodos podem ser usados para estabelecer florestas comunitárias ou em programas de reflorestamento. Vamos continuar a cultivar bambu!

Informação fornecida pelo Manual 33 de: Developing Countries Farm Radio Network, 40 Dundas Street West, Box 12, Toronto M5G 2CZ, Canada.

Fonte: [ TILZ ]

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Sobre o Bambu

O bambu é uma planta que oferece muitas vantagens econômicas:

  1. Rápido crescimento
    O amadurecimento de um bambu acontece em três a quatro anos, mais rápido que a mais rápida árvore. A partir do terceiro ou quarto ano já se pode colher colmos e brotos. A média de produção de biomassa num bambual é de 10 toneladas por hectare
  2. Facilidade de plantio, estabelecimento, manutenção e colheita
    O bambu não exige técnicas complexas para o seu estabelecimento. A colheita fortalece o bambual e é feita com instrumentos manuais. O transporte é facilitado pelo seu peso leve em comparação às madeiras.
  3. Utilidades adaptáveis
    O bambu tem várias aplicações. Pode ser utilizado como combustível, papel, material de construção, alimento, etc…
  4. Fins ecológicos
    O bambu é um material que pode substituir a madeira em diversos aspectos e com isso diminuir o impacto ambiental através do desflorestamento. Também pode ser usado para reduzir a erosão do solo.
  5. Inserção cultural
    Cerca de um bilhão de pessoas moram em casas de bambu no mundo. Muitas culturas utilizam o bambu em muitos aspectos da vida, música, cerimônias, alimentação, etc…

Produção de bambu

A forma de reprodução de bambu é geralmente com métodos de propagação vegetativa.

O bambu é uma planta muito resistente, podendo ser recuperado após um mau ano ou uma má estação. A planta rebrota depois de incêndios.

A estrutura do bambu consiste no sistema subterrâneo de rizomas, os colmos e os galhos.

Rizomas

Os rizomas são caules subterrâneos que crescem, reproduzem-se e afastam-se do bambu, permitindo a colonização de novo território. A cada ano novos colmos (brotos) crescem dos rizomas para formar as partes aéreas da planta. Rizomas de 3 anos ou mais não dão mais brotos.

Esses rizomas estão geralmente tão compactados que o solo abaixo do bambu aparenta estar cheio deles. Eles formam um tufo similar às gramas ordinárias, e podem variar em profundidade, dependendo da espécie e condições de crescimento, contudo muitas vezes abaixo de um metro.

Estrutura Subterrânea do Bambu

Colmos

Os colmos são a parte que mais facilmente distingue uma espécie de outra, por terem tamanhos, diâmetros, cores e texturas diferenciadas. São na maioria ocos, mas existem exceções.

Na fase inicial de crescimento do colmo observam-se as maiores velocidades de crescimento do reino vegetal, com algumas espécies gigantes crescendo até 40 cm em apenas 24 horas.

As folhas caulinares protegem os entrenós até a parte essencial do crescimento ter se completado, então secam e caem.

Colmos e Galhos

Galhos

Os galhos se desenvolvem a partir das gemas existentes nos nós dos colmos. Os galhos podem começar a se desenvolver do tôpo para baixo, ou vice-versa, dependendo da espécie. Quando há falta de luz, os galhos inferiores podem não se desenvolver propriamente.

Existe um número habitual de galhos em uma dada espécie, o que contribui para facilitar a identificação.

Florescência de Bambusa Tuldoides
Semente de Bambu

Floração

O bambu não possui um ciclo anual de floração. Na verdade a floração do bambu ainda é um mistério para os botânicos. Podem ocorrer em longos períodos de 10, 50 ou até 100 anos.
A floração de um bambu é um evento não apenas misterioso, mas muitas vezes fatal para o próprio bambu. Este fato decorre do desvio de toda a atenção e esforço da planta para o florescimento, retirando as reservas contidas nos rizomas. A planta pára de produzir folhas, e pode vir a desgastar-se até a morte.

Plantio

Para se estabelecer um plantio com sucesso devemos primeiro escolher a espécie adequada, a hora adequada e o local adequado (e certas vezes a finalidade adequada). É sempre bom lembrar que os bambus temperados são mais aptos ao frio (no Rio Grande do Sul e em Santa Catarina costuma até nevar), enquanto os tropicais se adaptam muito bem ao clima geral do resto do país, além de existirem exceções para os dois casos.

Ter um local aberto e próximo a uma fonte de água ajuda o bambu a espalhar-se mais rapidamente. Os bambus previnem o solo de tornar-se seco, plantados numa encosta inclinada ou nas margens de rio agregam resistência ao solo contra erosões e terremotos.

A melhor época para se plantar o bambu é depois do inverno, no momento de aparecimento de novos brotos, pois eles terão tempo até o próximo inverno de reservar energia e nutrientes. Uma touceira ou floresta demora de dez a quinze anos para atingir a maturidade, ou seja, ter colmos grandes e resistentes.

Para se obter um efeito estético numa intervenção paisagística devemos escolher a espécie com a altura desejada e uma cor agradável. Um jardim de bambu produz sombra, dá alguma proteção ao vento e à chuva, e produz sons agradáveis durante a brisa.

Para se obter bom material de construção escolhemos os bambus resistentes e de médio a grande porte.

As espécies do gênero Phyllostachys são as mais comumente utilizadas em construção no mundo. O mais comum é o Phyllostachys aurea, conhecido como bambu-mirim, forte e resistente a pragas, que no Brasil ocorre em grande número, portanto uma grande fonte de mudas. Os especialistas garantem que o P. Aurea não cresce grande no Brasil por ser de um gênero temperado, porém isto é polêmico.

O Phyllostachys pubescens, conhecido como Moso, é o preferido para fazer laminados de bambu (Plyboo), além de construções gerais. Com este bambu, contudo, deve-se tomar cuidado com rachaduras, por ser muito rígido. Ele é de médio a grande porte.

O Phyllostachys bambusoides é outro bastante utilizado no exterior. Aqui no Brasil existem muitas plantações de Dendrocalamus asper, um bambu tropical e de porte bem grande. Este gênero, Dendrocalamus, possue os maiores bambus. O da espécie asper é resistente e absorve muito bem a compressão, sendo muito útil para construção em geral, porém sendo afetado por insetos.

O gênero Guadua afirmam ser o melhor bambu para construçào do mundo. Ele tem paredes espessas e ótima resistência, sendo o material de casas centenárias na colômbia. Existem espécies de Guadua nativas do Brasil como o tagoara, mas o angustifolia adapta-se bem ao nosso clima, e não deve ser menosprezado.

Para se obter colheitas de brotos de bambu podem se utilizar o bambu comum, Bambusa vulgaris, porém dizem ser um pouco amargo. O Bambusa arundinacea tem seus brotos comestíveis, além de produzir muitas sementes também comestíveis. O Dendrocalamus asper é um dos favoritos na Tailândia.

Colheita e Poda (Manejo)

O bambu deve ser cortado sempre após o primeiro nó para evitar que o rizoma apodreça. E não deve exceder muito 30 cms do chão. Pode-se usar machado (no caso dos gigantes), facão ou serras para colher o colmo. É importante fazer um corte seco e preciso, pois um bambu rasgado tem mais entradas para fungos e insetos.

Um grupo de bambus tem indivíduos de várias idades. Aqueles com mais de 7 anos de idade devem ser removidos para que a energia do grupo se direcione para os novos brotos e colmos. Eles podem ser TODOS removidos sem problemas. Os bambus podres e secos devem ser removidos.

Não se deve nunca retirar mais que 80 por cento de um grupo de bambus, pois isto abala muito a planta. Deve-se sempre deixar alguns bambus maduros em áreas espalhadas do grupo, pois são eles que fornecem nutrientes para os mais jovens.

A melhor época para coletar brotos é pouco tempo após o seu aparecimento. A época para obter colmos resistentes é no inverno.

Controle de Bambu Invasivo (Alastrante)

Os bambus de rizomas leptomorfos são invasivos. Estendem seus rizomas por muitos metros linearmente e por isso são chamados também de alastrantes. Então acabam tomando conta de terrenos abandonados, ou aparecendo por debaixo de um muro.

A mesma razão que leva o bambu a ser usado para contenção de encosta, o endurecimento do solo, frustra muitas tentativas de controle. O bambu não pode apenas ser cortado. Deve-se cortar os culmos invasores, podendo regar para forçar um apodrecimento dos rizomas. E torna-se a cortar os novos colmos insistentes. Pode-se cortar os rizomas, cavando e usando uma pá como ferramenta de corte.

Uma forma de controle preventivo é o estabelecimento de barreiras físicas enterradas, que impedem a passagem do rizoma. Placas de plástico, alumínio podem servir, mas é importante lembrar que o rizoma de um bambu pode ser BEM agressivo e furar barreiras.

Informação e ilustrações do site web: www.bambubrasileiro.com

Fonte: [ Plante Bambu ]

Autor: Anderson Porto

Desenvolvedor do projeto Tudo Sobre Plantas

11 comentários em “Cultivo de bambu”

  1. e interesante o cultura de bambu, mais o solo onde debo plantar a muda debe ser muito humedo? na rivera do riacho pode dar certo? aclarezca minha duvida.

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  2. Muito bom dia, gostaria de saber um diferente modo sem usar aguã nas aberturas do bambu pois o mosquito da dengue não perde tempo e temos uma fazendeira amiga que gostaria de plantar em sua propiedade para futuros negocios, mas dizendo ela com medo de ajuntar muitas cobras e atacar o rebanho de gado as galinhas enfim tdos os animais no que si toca em uma Fzda Comum eas pessoas também obrigado. Carlinhos Paraiso do Tocantins. TO.

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  3. gostei da reportagem sobre o bambu,e pretendo propagar mais as plantacoes que ja tenho no sitio,tenho varios pes e quero plantar mais pois tem sido de gde utilidade no sitio.

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  4. eu quero plantar em Portugal pois já ouvi dizer que é a planta que fornece mais oxigénio ao meio ambiente então vamos la salvar o planeta

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  5. Caros,
    Tenho um bambuzal em casa, que está com algum problema. É do tipo gigante e as árvores estão apodrecendo muito rapidamente. Não sei se é algum tipo de pagra. Estão amareladas e parecem “rasgadas”. Preciso encontrar um botânico especialista com urgência, no Rio. Alguma dica?
    obrigado.
    Luiz Latgé
    lclatge@gmail.com

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  6. Estamos procurando contatos para o fornecimento de Estacas de bambu para reflorestamento. Por favor se tiver algum contato Passe-nos através desse celular 16 99131-4545

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