Pesquisadores encontram maconha mais velha do mundo

‘Tijolo’ de erva estava em túmulo de sacerdote na China.
Com cerca de 2.700 anos, maconha ainda manteve princípio ativo.

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Um grupo de cientistas afirma ter encontrado em uma tumba na China o estoque de maconha mais antigo do mundo. O “tijolo” de 789 gramas de Cannabis sativa desidratada tem cerca de 2.700 anos e foi cultivado “para uso psicoativo”, de acordo com pesquisa publicada no “Journal of Experimental Botany”, da universidade britânica de Oxford.

Segundo os pesquisadores, a erva foi enterrada ao lado do corpo de um homem caucasiano, possivelmente um sacerdote da chamada cultura Gushi, que habitou a região noroeste da China.

Graças ao clima árido e solo alcalino, a maconha foi preservada. Após análise cuidadosa, os cientistas concluíram que mesmo após quase três milênios, a erva preservou seu princípio ativo.

“Até onde sabemos, essa é a amostra mais antiga que mostra a utilização de canabis como droga”, afirma o neurologista Ethan Russo, um dos autores do estudo.

Os pesquisadores não conseguiram determinar se, à época, a droga era fumada ou ingerida, já que não foram encontrados cachimbos ou outras evidências no túmulo do xamã, que teria morrido com cerca de 45 anos.

“Era comum enterrar as pessoas com objetos e mantimentos que poderiam ser utilizados na vida após a morte”, explica Russo.

Fonte: [ G1 ]

Invasão dos “clones”

Por Fábio de Castro

Agência FAPESP – A crescente pressão do uso de áreas do Cerrado para plantações comerciais, criação de gado e produção de carvão pode contribuir para o predomínio de plantas apomíticas – cujas sementes são formadas sem fecundação –, resultando em um empobrecimento da biodiversidade no bioma, de acordo com estudos coordenados por Paulo Eugênio Oliveira, professor do Instituto de Biologia da Universidade Federal de Uberlândia (UFU).

Oliveira apresentou os primeiros resultados das pesquisas, que serão publicados em breve, durante o simpósio internacional “Biologia evolutiva e conservação da biodiversidade: aspectos científicos e sociais”, realizado nesta segunda-feira (10/11), na sede da FAPESP.

Segundo ele, estudos realizados há cerca de oito anos na Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia, unidade da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, levantaram a hipótese de que a quantidade de plantas apomíticas no Cerrado seria muito maior do que o estimado.

“A partir dessa hipótese, fomos pesquisar e verificamos que de fato a apomixia parece ser bem freqüente em espécies do Cerrado – algo na ordem de 6% a 10% das plantas lenhosas. O problema é que, nas condições atuais de degradação de hábitat, com diminuição de fluxo gênico, o que podemos prever é que essas espécies apomíticas serão favorecidas”, disse Oliveira à Agência FAPESP.

Quando há apomixia, as plantas geradas são idênticas à planta mãe. “É um tipo de processo no qual a reprodução sexuada parece ocorrer, mas na verdade os embriões são clonais”, explicou.

Segundo Oliveira, os estudos anteriores sugeriam que a apomixia pode ser importante em termos de evolução, porque manteria o genótipo intacto, mesmo em condições de degradação ambiental. Isso seria importante para o futuro, porque as plantas poderiam se manter mesmo que toda a rede de polinizadores perecesse.

“Mas, ao mesmo tempo, a expansão dessas comunidades formadas crescentemente por espécies apomíticas terminaria reduzindo a capacidade de suporte de polinizadores e podemos imaginar que isso teria um impacto crítico sobre essas teias de interação – ainda que elas sejam resilientes em termos de impacto, como imaginamos”, disse.

Oliveira explica que, quando há um grande número de animais e plantas, o desaparecimento de uma delas não afeta tanto a teia de interações. Mas, à medida que muitas plantas somem, a teia provavelmente será empobrecida. “Se as plantas que permanecerem não oferecerem pólen nem frutos, haverá um empobrecimento geral de fauna associado a esse progresso das apomíticas”, disse.

“Meu estudo de doutorado já mostrava que a maior parte das plantas do Cerrado depende de polinização cruzada, com ocorre nas florestas tropicais, para formar frutos e manter populações auto-regenerantes. Elas acabam contribuindo para a manutenção de uma teia enorme de polinizadores e agentes dispersores. Mas agora sabemos que algumas dessas plantas são apomíticas”, destacou Oliveira.

Se as mudanças climáticas favorecerem as plantas apomíticas em detrimento daquelas que têm teias ricas de interação e dependem de polinização cruzada, isso poderá levar a uma mudança estrutural nas comunidades, que deverá empobrecer as teias de interação, segundo o professor da UFU.

“É uma mudanças de paradigma. Achávamos que a maior parte das plantas dependia de polinização cruzada e a conservação era importante em função disso. Mas, se temos tantas plantas apomíticas, a situação pode ser mais grave, já que o processo de degradação pode mudar a organização dessas comunidades, favorecendo a apomixia, com impacto em todos os níveis tróficos”, disse.

Fonte: [ Agência FAPESP ]

Bióloga afirma que há tráfico de plantas e animais para indústria farmacêutica

[img:sapo_wwwBiopiratariaBlogspotCom_240.jpg,full,alinhar_esq_caixa]RIO BRANCO – Não é de hoje que a Amazônia vem sendo roubada em seu patrimônio genético e nos conhecimentos de suas populações tradicionais sobre plantas e animais da região. Da Universidade de São Paulo (USP) vem a confirmação de que a maioria dos animais e plantas tiradas ilegalmente do Brasil termina nas mãos da indústria farmacêutica, que elabora produtos com as toxinas geradas por eles.

A confirmação foi feita pela bióloga Ursula Castro de Oliveira, do Instituto de Ciências Biomédicas da USP, que há oito anos estuda o tráfico de animais e plantas. Por trás desse negócio se escondem empresas de remédios, pesquisadores “sem escrúpulos” e até “congregações religiosas”, segundo a bióloga.

Para a pesquisadora, aranhas, rãs, sapos e serpentes são escondidos em bagagens falsas ou levados nos corpos dos traficantes, segundo a bióloga. O veneno de algumas serpentes é usado para tratar a hipertensão e rãs da Amazônia têm propriedades anestésicas patenteadas por uma multinacional.

Secreção

Entre as rãs está a Philomedusa Bicolor, uma perereca que gera uma secreção extraída pelos índios amazônicos para ganhar força e energia. A secreção é usada como a “vacina do sapo Kampô”, aplicada na maioria das aldeias indígenas do Acre.

A bióloga da USP lembra que empresas dos Estados Unidos e do Japão possuem direitos sobre certas substâncias secretadas por sapos e que são utilizadas durante séculos por comunidades indígenas.

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Imagem: http://www.biopirataria.blogspot.com
Fonte: Amazônia.org – JM