Árvores no meio do cafezal podem aumentar lucro

A arborização de cafezais, prática que faz parte do manejo em vários países produtores de café – na Colômbia, estima-se que um terço das lavouras sejam sombreadas -, deve ganhar espaço por aqui. Conforme o pesquisador Sérgio Parreiras Pereira, do Centro de Café Alcides Carvalho, do Instituto Agronômico, de Campinas (SP), a arborização associa cafeeiros e árvores.

“No Brasil a maioria dos cafezais é cultivada a pleno sol”, diz. “A manutenção desse sistema pode, porém, ser prejudicada, já que, originalmente, o café tem elevada tolerância à sombra.” Pereira explica que, a pleno sol, o excesso de luz e altas temperaturas fazem com que as lavouras produzam de forma abundante. “Isso, por sua vez, exige máximo suprimento de nutrientes e água para não haver o esgotamento do cafezal.”

Segundo Pereira, entre as vantagens da arborização, destacam-se a redução da bianualidade do café; melhora da qualidade do produto; redução de aplicação de insumos e manutenção da biodiversidade. “E cultivar uma árvore frutífera pode ser fonte de renda extra.” Todos esses benefícios são possíveis porque a introdução de árvores no interior do cafezal gera modificações sensíveis no microclima. As árvores ajudam no controle dos efeitos negativos do vento, protegem contra geadas, ajudam a controlar erosão, melhoram o solo e reduzem a pressão sobre a vegetação nativa e preservam a fauna.

Adaptação “Existe produção de café arborizado em vários países, demonstrando que o cafeeiro adapta-se bem a uma grande variedade de clima e solo”, garante. “No Brasil também é assim, pois a distribuição geográfica da produção é muito ampla.” Atualmente, estima-se que a técnica seja adotada em 85% da cafeicultura da América Central.

“É importante, porém, que o sistema combine as espécies de árvores adequadas, condições de manejo tecnológico, cultivares de café, densidade de sombra, altitudes e precipitação.” Segundo o pesquisador, como a tendência do País é acompanhar a produção agrícola sustentável, a arborização deve ganhar espaço. “A cafeicultura orgânica e a produção certificada, com foco na sustentabilidade, devem adotar a técnica”, diz.

Em relação à produção convencional, Pereira diz que já há experiências de associação de cafeeiros com apenas uma espécie arbórea, como macadâmia, bananeira, abacateiro, seringueira e cedrinho. “Aí, a intenção é buscar renda com as duas atividades.” Pereira diz que o principal motivo para a não-adoção da arborização é que no passado a prática foi abordada de forma equivocada. “Não houve distinção entre arborização e sombreamento”, diz. “No sombreamento o número de árvores na lavoura é maior do que na arborização, o que resulta em competição por luz, água e nutrientes.” Além disso, o excesso de árvores reduz a luminosidade sobre os cafeeiros, comprometendo a fotossíntese e o potencial produtivo das plantas. “Os experimentos pioneiros foram baseados em altas populações de plantas, o que resultou em perdas na produção. Isso levou técnicos a desprezarem a prática e o cultivo a pleno sol se consolidou.” Por isso, planejar a arborização é essencial, buscando orientação técnica. “Além da escolha das espécies, o efeito sobre o cafezal depende do número de árvores, da sua copa, da densidade de sombra e das podas.”

A escolha das espécies que serão utilizadas é um dos pontos mais importantes, diz Pereira. “Geralmente opta-se por árvores conforme a finalidade, que podem ser fixadoras de nitrogênio, frutíferas ou madeiráveis.” Segundo ele, o primeiro critério é definir qual o problema climático a ser atenuado. “No Paraná, onde o problema são geadas, dá-se preferência a árvores que não percam as folhas no inverno e de crescimento rápido. Em regiões quentes, onde há seca no inverno, deve-se optar por espécies que percam as folhas no inverno, o que diminui a competição por água.”

Outro critério é definir qual é o cultivo principal. “Se o foco for o café as leguminosas são melhores, pois atuam na fixação de nitrogênio no solo.” Já se o objetivo for diversificar a fonte de renda, as frutíferas ou madeiráveis são opções. “Para o aumento da biodiversidade plantam-se várias espécies.” As informações são de O Estado de S.Paulo/Suplemento Agrícola. SAIBA MAIS: IAC, tel. (0–19) 3241-5188

Fonte: Agência Estado

Produtividade do cultivo orgânico de cebola supera a do sistema tradicional

Em testes realizados durante dois anos seguidos, especialistas da Embrapa Semi-Árido e da Universidade do Estado da Bahia (UNEB) obtiveram, com o manejo orgânico, cerca de 38 toneladas de bulbos comerciais de cebola por hectare, cebola_150.jpg
na região do Submédio São Francisco, entre Pernambuco e Bahia. A média registrada com os métodos tradicionais de cultivo na região é de 20 t/ha.

A pesquisa demonstra a viabilidade técnica da alternativa e abre aos agricultores da região as portas para um mercado em franca expansão no Brasil: o de produtos orgânicos. As oportunidades comerciais neste mercado podem contribuir também para reduzir a freqüente instabilidade dos preços praticados no negócio desta cultura, explica o pesquisador Nivaldo Duarte Costa, da Embrapa Semi-Árido.

O resultado da experiência indica a possibilidade de reverter um quadro de risco à saúde humana e ao meio ambiente, uma vez que, atualmente, é freqüente e intenso o uso de insumos químicos nas plantações de cebola da região. Esses insumos eram até então considerados indispensáveis devido às exigências nutricionais e a alta incidência de pragas e doenças nas plantações de cebola.

Mais rentável – No dia 26 de dezembro, em um grande supermercado do sudeste do país, o preço de 600 g de cebola orgânica era comercializada a R$ 5,24. No mesmo lugar, 1.000 g da cebola comum, pêra e roxa, variavam entre R$ 1,04 e R$ 3,14. Em 2005, um dos poucos agricultores que chegou a cultivar cebola orgânica no Submédio São Francisco conseguiu vender seu produto para o mercado de São Paulo a R$ 36,00 a saca de 20 kg. Na mesma época, a mesma quantidade da cebola convencional era vendida em Juazeiro (BA) por R$ 8,00.

Com a vantagem de ser um produto sadio, de alto valor biológico e isento de agrotóxicos, a cebola orgânica possui maior valor agregado, explica o professor Jairton Fraga Araújo, da Universidade do Estado Bahia. Além disso, tem a vantagem de ter um custo de cultivo praticamente igual ou inferior. É mais rentável para o agricultor, afirma Jairton.

Torta – Das 18 variedades de cebola avaliadas nos testes experimentais para produção orgânica, a Brisa foi a mais produtiva. Os especialistas da Embrapa e de Uneb ainda avaliaram diversos procedimentos relacionados ao preparo do solo – com o plantio de leguminosas (mucuna preta, guandu e crotalária). Para a adubação, buscaram-se fontes alternativas para substituição dos insumos químicos, a exemplo do fosfato natural, para o caso do fósforo, torta de mamona para o suprimento de nitrogênio para a cultura, e um composto chamado de SUL-PO-MAG para o potássio. Semanalmente, as plantas receberam aplicações de biofertilizante foliar a base de macro e micro-nutrientes.

Os sérios problemas fitossanitários que acometem a cultura da cebola também foram resolvidos exclusivamente com o uso produtos autorizados para aplicação em sistemas orgânicos como as caldas bordaleza e sulfocálcica, urina de vaca, além de aminoácidos. No solo, logo após o transplantio das mudas de cebola, foi aplicou um condicionador do solo. O sistema de irrigação utilizado nos testes realizados no Campo Experimental de Bebedouro, da Embrapa Semi-Árido, foi o de microaspersão.

Fonte: BRNordeste

Petroquímicas investem no plástico verde

O grupo Suzano deu um passo importante que poderá revolucionar o mundo dos plásticos. A Suzano Petroquímica e a Suzano Papel e Celulose, as duas principais empresas controladas pela família Feffer, firmaram um acordo mútuo de cooperação tecnológica. A idéia é trocar conhecimentos e experiências na tentativa de descobrir alternativas tecnológicas que possam ser usadas pelas duas empresas.

Uma das linhas a ser pesquisada é a lignina, uma substância que confere rigidez à madeira. O objetivo dos estudos é usá-la como matéria-prima para a produção de resinas plásticas, que servem para a fabricação de peças como copos, embalagens e brinquedos. Caso a pesquisa seja bem sucedida, os biopolímeros, também chamados polímeros verdes, à base de fontes renováveis, como a lignina, poderiam deixar para trás a era das resinas feitas com derivados do petróleo.

As petroquímicas brasileiras decidiram abrir uma frente de pesquisas neste campo. Elas seguem uma onda empreendida por diversas companhias que já possuem plantas-pilotos, especialmente no exterior. A única unidade em escala industrial em operação é a da NatureWorks, iniciada em 2001, que inicialmente era uma joint-venture entre as americanas Cargill e Dow Chemical, mas esta última deixou a parceria anos atrás.

Devido ao alto preço que o petróleo tomou nos últimos tempos, as empresas avaliam o custo econômico de utilizar a cana-de-açúcar, o milho ou os óleos vegetais como insumo para a produção de plásticos. Não é de hoje que se produz plásticos com fontes renováveis. Desde o fim do século 19, fabrica-se celofane, um material feito a partir da celulose, que perdeu importância com a entrada dos filmes flexíveis produzidos com abundantes e baratos insumos derivados do petróleo a partir dos anos 50 e 60 do século 20. Outra explicação para a onda recente está relacionada à pressão da sociedade contra a emissão de gases poluentes derivados de combustíveis fósseis que provocam o chamado efeito estufa.

Relegado ao campo técnico, a iniciativa ainda embrionária do grupo Suzano poderá dar um grande impulso à indústria. O grupo tem tradição na pesquisa de celulose de eucalipto, cujos custos de produção são um dos mais baixos do mundo. Outra razão é que a lignina não compete com alimentos, como milho ou açúcar. Atualmente, a substância tem servido como combustível para movimentar a caldeira das fábricas que produzem celulose.

O projeto dá um destino mais nobre à lignina. A indústria de celulose gasta muito esforço em processos químicos e mecânicos para separar a lignina, que representa cerca de 15% da madeira, da celulose. Por suas propriedades, a lignina funciona como uma cola, unindo as fibras da madeira. A substância poderia servir como insumo para a produção de plásticos.

Outras empresas petroquímicas já estão mais adiantadas e planejam novidades para os primeiros meses de 2007. A Braskem deve anunciar seu primeiro produto patenteado obtido com matéria-prima renovável, provavelmente uma embalagem feita a partir do etanol advindo da cana-de-açúcar.

Alguns executivos da empresa já deram a pista dizendo que o produto chegará ao mercado com uma margem adicional sobre o custo de produção, sinalizando que o item ainda não tem condições de competir em igualdade com a resina padrão feita de nafta, subproduto de petróleo. Poderia, contudo, ser mais uma estratégia de sinalizar o compromisso da empresa com a sustentabilidade.

Fonte: POrtal Assintecal

Inajá pode ser aproveitada em processo de biocombustível

Publicação JC

Uma planta considerada por muitos agricultores como ‘praga’, por ser invasora de pastagens, poderá ajudar na geração de energia elétrica para comunidades isoladas da Amazônia. Trata-se do inajá, de nome científico Maximiliana maripa/Aublet Drude, uma palmeira da região amazônica que terá seu óleo aproveitado para operação em uma usina de biocombustível para geração de energia, a ser implantada em Roraima, em março de 2007.

A usina será implantada como resultado de uma parceria entre a Embrapa Roraima, unidade da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária e o IME (Instituto Militar de Engenharia).
A ação faz parte de um projeto-piloto do IME para geração de energia com oleaginosas da Amazônia em comunidades isoladas de fronteira, que conta com recursos da Finep (Financiadora de Estudos e Projetos) e MCT (Ministério da Ciência e Tecnologia).

Inicialmente, a usina vai operar com óleo in natura de inajá, mas é possível que se façam testes com óleos in natura de outras plantas. A produção prevista para a usina de biocombustível em Roraima , em princípio, será de 4.000 litros de óleo refinado por mês, o suficiente para atender a uma comunidade de até 40 famílias. A usina será instalada no Campo Experimental Serra da Prata, da Embrapa Roraima, em Mucajaí (RR).

A usina é composta por dois módulos. Um serve para extração de óleo e está sendo fabricado em São Paulo. O outro, projetado pelo IME, é para o refino do óleo e virá do Rio de Janeiro. Durante os meses de janeiro e fevereiro, serão encaminhadas as providências para transporte e montagem da usina que entra em operação no mês de março, segundo projeção do IME.

O engenheiro químico do IME, Luiz Eduardo Pizarro Borges, assessor do projeto, informou que a usina em Roraima terá capacidade para até 16 mil litros por mês, mas o alcance desse potencial vai depender de vários fatores, como a disponibilidade de matéria-prima e o envolvimento da comunidade no processo. “É fundamental o envolvimento da comunidade para que ela perceba a geração de energia como possibilidade de geração de renda”, afirmou Luiz.

O Estado de Roraima foi escolhido para o projeto piloto em comunidades de fronteira por sua localização geográfica e atuação da Embrapa na pesquisa com oleaginosas potenciais para biocombustíveis. Dois pesquisadores da Embrapa Roraima trabalham nessa linha.

O pesquisador Oscar José Smiderle estuda características agronômicas de plantas oleaginosas com potencial para biodiesel, enquanto o pesquisador Otoniel Ribeiro Duarte está concluindo o doutorado no Inpa (Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia) com uma pesquisa sobre o uso agroindustrial do inajá.

De acordo com informações disponíveis na Embrapa Roraima, o inajá é uma planta que tem suas sementes dispersas por diversos animais, resiste ao fogo e rebrota nos locais onde ocorrem queimadas para preparação de roçados ou plantio de pastos.
As sementes de inajá fornecem alto teor de óleo. Conforme os estudos já realizados, o inajá também apresenta potencial econômico para fabricação de ração animal para peixes, aves e suínos.

A geração de renda é um dos objetivos pretendidos pelo projeto de geração de energia em comunidades isoladas de fronteira.

A coordenadora do projeto, Wilma de Araújo Gonzalez, química do IME, explicou que o foco do projeto é contribuir para a sustentabilidade de comunidades isoladas da Amazônia, a partir da geração de energia elétrica com o biocombustível como suporte para a geração de renda.

Geração de renda está entre as prioridades

A intenção é aproveitar matérias-primas disponíveis para geração de energia usando o biocombustível e, junto com a organização da comunidade beneficiada, viabilizar o aproveitamento dessa oportunidade para melhorar a geração de renda local.

De acordo com Wilma Gonzalez, a estratégia é aplicar o conhecimento do IME em biocombustíveis e o conhecimento instalado na região Norte em instituições como Embrapa e Fucapi (Fundação Centro de Análise, Pesquisa e Inovação Tecnológica), aproveitando a logística do Exército brasileiro, por meio do Comando Militar da Amazônia, para contribuir com o desenvolvimento sustentável.

Experiência nesse sentido já vem sendo desenvolvida no Amazonas, em outro projeto que envolve a parceria IME e Embrapa e utiliza o dendê como matéria-prima para o biodiesel. Uma usina de produção de biodiesel de dendê foi implantada pelo IME e Embrapa Amazônia Ocidental (Manaus-AM), no campo experimental rio Urubu, município de Rio Preto da Eva (AM).

Este é um projeto-piloto para atendimento a comunidades isoladas e integra o Programa Luz para Todos, do governo federal. Segundo Wilma Gonzalez,em princípio não há como afirmar se esses projetos serão ampliados para mais comunidades, pois tanto a usina do Amazonas quanto a de Roraima fazem parte de projetos-piloto que servirão para avaliação de uma série de questões sobre a gestão do processo de geração de energia para comunidades isoladas.

A expectativa é que após um ano de implantação se alcancem respostas mais concretas sobre os resultados.

Na usina a ser implantada em parceria com a Embrapa Roraima (Boa Vista-RR), para usar o biocombustível a partir do óleo in natura refinado das sementes da palmeira de inajá será necessária a adaptação do motor do gerador de energia. Isso será feito com um kit já disponível no mercado.

Dendê no Amazonas

Nesse processo não será necessária a adição de álcool, que representaria um custo a mais para as comunidades de fronteira, conforme explicou Wilma. Essa é uma diferença em relação ao projeto instalado no Amazonas, pois para usar o biodiesel do dendê não há necessidade de adaptação do motor.

Outra diferença é que o processo de produção do biodiesel é mais complexo e inclui o álcool como insumo. “O IME tem experiência no desenvolvimento de combustíveis para diferentes processos e matérias-primas, resultado de pesquisas durante os últimos 20 anos”, afirmou Wilma Gonzalez.

Fonte: Jornal do Commercio

Maior laboratório de educação ambiental do país está em Aracaju

O projeto “Cheirinho de Mato”, o maior laboratório de educação ambiental no Brasil está funcionando a um ano dentro do colégio Arquidiocesano. A área com quase 4000 m² tem espaços de horta, minhocário, borboletário, farmácia viva, curral, galinheiro, e outros componentes para ensino. O projeto pedagógico da iniciativa tem como base as noções de multi e interdisciplinaridade, fazendo com que a consciência ecológica desperte uma nova compreensão de realidade nas crianças.

O professor e biólogo José Bezerra, idealizador do projeto, explica que nos dias de hoje o convívio prazeroso com o meio-ambiente pode mudar o comportamento das crianças. “As crianças estão começando a absorver a cultura de que tudo já vem pronto e é descartável. Não conhecem mais as etapas, não sabem que tudo tem seu tempo. Lá no projeto eles têm um convívio prazeroso com o meio ambiente. Eles estão se incorporando ao meio”, esclarece Bezerra.

Partindo da perspectiva interdisciplinar o projeto aborda os assuntos dados em sala de aula dentro da visão ambiental, seja ele de física ou matemática. “É uma sedimentação do conhecimento. Na prática a criança aprende com mais clareza que na teoria”, comenta Bezerra.

A partir dos seis meses de idade e com o acompanhamento das mães, as crianças começam a ter contato com a natureza, visitando as hortas e identificando visualmente as plantas. Já com quatro anos, elas começam a plantar e regar as mudas da horta. O vínculo que as crianças criam é um comportamento interessante, ressalta Bezerra. Ao plantar uma semente e vê-la se tornar planta na horta, as crianças se sentem responsáveis e se prontificam a regar e cuidar.

No minhocário, as crianças aprendem o processo de surgimento dos fertilizantes. Utilizando minhocas vermelhas da Califórnia, o projeto ensina que esses animais transformam o esterco em húmus. Além desse tipo de fertilizante, o talo e outras partes de plantas, que eram jogadas fora, são usadas como adubo.

Durante a semana as turmas se revezam na ordenha da vaca ‘Pretinha’, que fica no curral do projeto. O galinheiro ‘Ovo Feliz’ também é visitado pela manhã, onde sempre são recolhidos novos ovos. Todos os alimentos de origem animal e vegetal são usados na alimentação da escola, que funciona em período integral.

Além das atividades internas o projeto inclui visitas ao ambiente rural, numa parceria com o projeto ‘Aprendendo na Fazenda’ do EcoParque Boa Luz. Também são feitas ações de intervenção ambiental com os alunos de ensino médio e fundamental, como o reflorestamento da avenida Gasoduto, e a limpeza das praias. “Todas as ações são feitas de acordo com a realidade global, e com preparação teórica dos alunos. Eles não vão sem saber o que estão fazendo”, fala Bezerra.

As mudanças de comportamento das crianças já podem ser sentidas em sala de aula e em casa. Bezerra comenta que algumas crianças já opinam nas compras mensais dos pais, sobre quais embalagens são melhores para o meio-ambiente. Os hábitos alimentares também melhoraram pelo contato direto com a produção de verduras.

Até agora, duas mil mudas já foram plantadas pelos alunos e os planos são de expansão do projeto. Outras escolas da cidade já se interessaram em implantar o mesmo plano nas educações básica e fundamental. “A gente tem uma resposta imediata do aluno, mas uma mudança de consciência na sociedade leva alguns anos. Nós estamos formando multiplicadores”, conclui José Bezerra.

Fonte: Infonet

Senai lançará curso inédito no Brasil

Redação, com colaboradores [22-12-2006]

O Senai Paraná vai lançar em março de 2007 um curso técnico inédito e inovador no País. Aprovado em novembro passado pela Secretaria de Estado da Educação, o curso técnico em Bioprocessos Industriais e Biotecnologia será desenvolvido em parceria com a Universidade Federal do Paraná (UFPR) no Centro de Tecnologia em Saneamento e Meio Ambiente (Cetsam), na Cidade Industrial de Curitiba (CIC), a partir do 2.º semestre de 2007. Com dois anos de duração, será o primeiro curso voltado exclusivamente para a formação de técnicos destinados às atividades produtivas da bioindústria nacional.

De acordo com o coordenador de Alianças Estratégicas e Projetos Especiais do Senai, Amílcar Badotti Garcia, foram três os fatores que levaram a instituição a investir no desenvolvimento de um novo curso técnico nesta importante área do conhecimento. “Primeiro a vocação bioindustrial do Paraná, onde a agroindústria tem um peso bastante preponderante e há uma necessidade grande de se agregar valor às matérias-primas agrícolas como forma de gerar novos empregos e renda.

O segundo fator é a orientação estratégica do Sistema Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep), que tem nos seus quatro eixos de atuação, dois que apontam para o desenvolvimento industrial sustentável e ao apoio constante às pequenas e médias empresas. Ações que possibilitem potencializar o crescimento e o desenvolvimento da bioindústria parananense estão diretamente vinculados à criação de novas empresas e negócios, nas quais novas tecnologias possuem papel irradiador em todos os demais setores produtivos.

E o terceiro fator é que essas informações foram confirmadas pelo estudo Setores Portadores do Futuro, que foi um levantamento conduzido pelo Senai, através do Observatório, e que apontou a biotecnologia como uma das vocações industriais do Paraná nas próximas décadas”, justificou Garcia.

Para o professor Carlos Ricardo Soccol, coordenador do curso de Mestrado e Doutorado em Processos Biotecnológicos Industriais da UFPR e responsável pela elaboração da grade curricular do curso técnico do Senai, o desenvolvimento tecnológico no Brasil caminhará sem dúvida alguma para um melhor aproveitamento das matérias-primas e recursos naturais do País.

“Os bioprocessos industrias são tecnologias que permitem tranformar o carbono orgânico acumulado nas plantas e/ou produtos agrícolas, em dezenas ou mesmo centenas de biomoléculas destinadas aos mais diversos segmentos produtivos, tais como indústrias de alimentos, química fina, farmacêutica, veterinária, agricultura, meio ambiente, cosmetologia, bioenergia, entre outras”, considerou o professor.

Segundo ele, o técnico formado no curso em Bioprocessos Industriais e Biotecnologia estará preparado para atuar em qualquer planta bioindustrial. “Ou seja, ele poderá trabalhar em fábricas de vinagre, cervejas, iogurtes, vacinas, inoculantes, bioinseticidas, hormônios, enzimas, biocombustíveis (destilarias de álcool e Biodiesel), ou mesmo bio-fábricas de órgãos produzidos pelo cultivo de células tronco (daqui a alguns anos), entre outras. Ele estará preparado para atuar em todos os segmentos, desde o controle da matéria-prima, o processamento e o controle do produto acabado”, explicou o Professor Soccol.

O coordenador de Alianças Estratégicas e Projetos Especiais do Senai confirma que há demanda na indústria paranaense por profissionais com esse perfil. “Tem uma demanda bastante grande por um perfil técnico em bioprocessos industriais, confirmada nas visitas que promovemos em diversas indústrias do Paraná”, afirmou Garcia. O curso técnico será desenvolvido no Senai CIC/Cetsam, onde estão sendo montados os laboratórios que irão apoiar as ações didáticas do novo curso técnico em Bioprocessos Industriais e Biotecnologia.

Fonte: Paranashop

O assunto é ressaca

Autoria: Da Redação

Dezembro é sempre um mês de muitas festas, aqueles avessos aos drinks, vinhos e bebidas destiladas, nessa época acabam caindo em tentação e, entre um quitute e outro, bebem além da conta.

No dia seguinte a cabeça parece que vai explodir, o estômago fica embrulhado, o álcool vai direto para o fígado, por isso a sensação da boca seca e um gosto desagradável, além dos enjôos. Esses são alguns dos sintomas da tão famosa ressaca, é a indicação de que o organismo está intoxicado. Para ajudá-lo a se recuperar uma boa opção é recorrer ao velho e conhecido boldo.

Ele tem outras ações como antiespasmódica, diminuindo as cólicas, má digestão, gases, prisão de ventre e intolerância à gordura, aumentando e favorecendo o fluxo biliar. Estudos científicos comprovaram que a boldina, a principal substância ativa da planta, é uma das responsáveis pela eficácia das propriedades hepatoprotetoras e coleréticas do boldo, ou seja, faz bem ao fígado.

O gosto do boldo não é nada agradável. “Atualmente há opções no mercado de medicamentos fitoterápicos em cápsulas e que exercem os mesmo benefícios para o fígado e para o aparelho digestivo”, destaca a gerente de Marketing do Herbarium, Célia Regina von Linsingen.

Existem vários tipos de Boldo: o Boldo (Peumus boldus) é raríssimo no Brasil; o boldo-da-terra (Coleus barbatus ou Plectranthus barbatus), mais facilmente encontrado, e o boldo-baiano (Vernonia condensata) também conhecido como falso-boldo, malva-santa e erva-de-pinguço.

Portanto aquele arbusto frondoso, pequeno e elegante, que muitas pessoas têm em casa pertence à família das Monimiáceas. “A confusão deve-se ao fato de que outras plantas também são chamadas de boldo”, explica Célia. Menos comum ainda são o boldo-português ou boldo miúdo, e o boldo chinês. “Estas plantas apresentam efeitos colaterais e diferentes indicações. Confundi-las pode resultar em danos à saúde”, alerta a farmacêutica.

Fonte: Líder Multimídia

Embalagem biodegradável para mudas

Por Eliza Caetano, da Agência Sebrae

A Viveiros Flora Brasil, do Triângulo Mineiro, é uma das contempladas pelo edital Finep/Sebrae e terá recursos de R$ 420 mil para desenvolver o produto.

Belo Horizonte – O plástico, material que utiliza o petróleo em sua composição e gera resíduos de longa duração, ainda é o mais utilizado para acondicionar as mudas de plantas frutíferas na zona rural. Agora, a Viveiros Flora Brasil, empresa da cidade de Araguari, no Triângulo Mineiro, irá dedicar os próximos dois anos ao desenvolvimento de uma alternativa biodegradável para o produto. É que ela é uma das contempladas pelo edital Finep/Sebrae e receberá R$ 420 mil para desenvolver o produto.

“Além dos problemas ambientais, temos o problema do custo. Como a embalagem é cara, precisamos que o produtor a devolva, o que gera gastos e dor de cabeça”, explica José Rafael da Silva, engenheiro agrônomo e proprietário da empresa. Ele dedica-se há 24 anos à produção de sementes e mudas de plantas frutíferas geneticamente melhoradas. Há dez, ele abriu a empresa e percebeu no problema das embalagens uma oportunidade de mercado.

Na hora de plantar, em vez de retirar a embalagem e depois ter de devolvê-la, o produtor coloca a muda na terra com o tubete. “Temos redução de doenças, principalmente as das raízes, e a planta se estabelece com mais rapidez”, explica o agrônomo. O tubete biodegradável, como é chamado o produto, será feito de fibras vegetais como restos de cana-de-açúcar das usinas da região.

Caso não seja reutilizada, a embalagem plástica significa cerca de 25% do custo da muda. Com a reutilização, ele pode cair até 5%. “O biodegradável estimamos que seja 4% do valor da muda, sem reutilização”, afirma Rafael. Além do problema do retorno, a reutilização das embalagens pode causar problemas de contaminação por pragas do local de produção das mudas.

Arranjo Produtivo

Com o apoio do Sebrae em Minas Gerais, as 18 empresas do setor de biotecnologia das cidades de Uberlândia, Uberaba, Araguari e Patos de Minas têm conseguido fortalecer a atividade. Atividades de capacitação de empresários, boas práticas de fabricação e acesso a mercado têm proporcionado desenvolvimento da atividade. O trabalho também contribui para que as empresas encontrem formas alternativas de financiamento, já que a atividade de base tecnológica muitas vezes exige investimento alto com retorno de médio a longo prazo.

“Temos mostrado aos empresários a oportunidade dos editais que, hoje, freqüentemente são dirigidos a empresas inseridas em APL”, explica a técnica do Sebrae responsável pela iniciativa, Luisa Vidigal. Das empresas que participam do grupo, oito já utilizam recursos de editais em suas atividades.

Fonte: Envolverde/Agência Sebrae

Orquidário do Mangal das Garças já nasce como referência no Brasil

Da Redação

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O espaço de 450 metros quadrados já
abriga 360 espécimes de diferentes cores
e formatos

Um espaço dedicado à contemplação e pesquisa sobre as plantas que produzem as mais belas flores da flora brasileira. Assim pode ser definido o orquidário que a Secretaria Executiva de Cultura (Secult) abriu à visitação pública, desde a manhã desta segunda-feira (26), no Parque Naturalístico Mangal das Garças. O espaço de 450 metros quadrados já abriga 360 espécimes de diferentes cores e formatos, que já estão sendo visitadas pelos turistas e moradores de Belém.

Entre as pessoas que fizeram questão de acordar cedo para conhecer o espaço estava Maria Helena Klautau. Aos 91 anos e mesmo com dificuldade para caminhar, ela disse que não poderia perder a oportunidade de ver essas flores de perto e revela a paixão de infância. “Achei tudo muito lindo. Quando elas estiverem completamente adaptadas ao local ficarão ainda mais belas. Sempre gostei de orquídeas e aqui encontrei algumas espécies que não conhecia” comentou.

O secretário executivo de Cultura, Paulo Chaves Fernandes, que participou da abertura do orquidário, ressaltou que o espaço tem tudo para se transformar em referência para o cultivo e pesquisa sobre orquídeas da região amazônica. “Belém estava sem um orquidário público e, além disso, com esse espaço coroamos os limites do nosso Mangal, não só com as espécies da região, mas do Brasil inteiro. As novas gerações que virão aqui poderão aprender sobre essas plantas e torcemos para que sejam ampliadas as variedades aqui representadas, para que, quem nos visita possa conhecer este rico filão da natureza”.

Para a criação do orquidário, a Secult contou com o apoio financeiro da Caixa Econômica Federal. A reprodução das espécies foi garantida por meio de um convênio com a Universidade Federal Rural da Amazônia (UFRA) e a Associação Paraense de Orquidófilos. O espaço, assim como o borboletário e o viveiro de pássaros que fazem parte do Mangal, terá o acompanhamento de monitores, devidamente treinados, para fornecer as informações que os visitantes precisarem.

João Batista Fernandes, orquidófilo que deu consultoria para montagem do espaço, acredita que no futuro o orquidário do Mangal poderá se transformar em fonte de conhecimento e estudo sobre as plantas. “Não podemos deixar de provocar o conhecimento sobre as orquídeas, cujo cultivo é considerado o maior hobby do mundo. Só no Brasil, temos mais de 50 associações de orquidófilos. As flores e plantas são comercializadas no mundo inteiro e quanto mais raro for, maior valor alcançará no mercado”.

Orquídeas – A família das orquídeas possui mais de 20 mil espécies distribuídas em quase todas as partes do planeta, porém a maioria é encontrada nas áreas tropicais. O Brasil é um dos países mais ricos em orquídeas, comparável somente à Colômbia e ao Equador. Estudos recentes registram cerca de 2,3 mil espécies para o território brasileiro.

As orquídeas são consideradas a família mais evoluída do reino vegetal. Isto se deve a modificações em suas extraordinárias flores, que podem apresentar formas inusitadas. O tamanho das plantas e flores é também muito variável, algumas tão pequenas que, por isso, são conhecidas por microorquídeas, enquanto outras podem atingir vários metros de comprimento. Existem flores pouco maiores do que a cabeça de um alfinete, e outras cujo diâmetro alcança quinze centímetros.

Serviço
Orquidário do Mangal das Garças, aberto de terça a domingo, das 10h às 22h. O Mangal das Garças fica localizado na Passagem Carneiro da Rocha s/n, ao lado do 4º Distrito Naval. Fone: 3242-5052

Texto: Marly Quadros – Assessoria de Comunicação da Secult
Fotos Elza Lima

Coordenadoria de Comunicação Social do Governo do Estado
Fone: (91) 3202-0911 e 3202-0912, fax: 3202-0913
E-mail: redacao@agenciapara.com.br

Fonte: Agência Pará

Site divulga a flora cearense

O pesquisador cearense Antônio Sérgio lançou um site apresentando cerca de 120 espécies de plantas do sertão, serra e litoral do Ceará. Sem apoio financeiro ou incentivo para pesquisa, ele financia as próprias viagens para fotografar, e trazer amostras para identificação

Henriette de Salvi
da Redação

23/12/2006 14:38

Pelo menos seis vezes por ano Antônio Sérgio coloca a mulher e o casal de filhos, de 6 e 11 anos, no carro com destino a alguma região cearense. Com recursos próprios e sem apoio de nenhum órgão do governo ou instituição, ele faz sozinho um trabalho que, mesmo que ninguém tome conhecimento, beneficia a toda a população do Estado. O engenheiro agrônomo, especialista e apaixonado por botânica, fotografa e identifica todas as espécies de plantas no litoral, serra e sertão cearense.

“Tenho um gosto particular pelas plantas e a medida que procurava livros, estudos e publicações com plantas do Nordeste e, particularmente, do Ceará, não encontrava, especialmente imagens”. Antônio Sérgio começou então a produzir o próprio material de pesquisa. “A amostra é prensada, seca e enviada ao Herbário Prisco Bezerra da UFC (Universidade Federal do Ceará)”, conta. Ele explica que a identificação é o que demora mais tempo. “São meses, algumas vezes, anos de pesquisa. Avalio as folha, o fruto, a flor, em suas formas, característica, cor. É como uma pessoa, você observa as feições para identificar a família”, exemplifica.

O resultado é a união de um trabalho científico com conhecimento popular e arte. “O site http://www.floradoceara.com está no ar desde 25 de agosto e já apresenta 120 espécies de plantas separadas por serra, sertão e litoral. Cada uma tem uma foto, seu nome científico e o nome popular, quando há”. Ele conta que o conhecimento das pessoas mais antigas sobre a flora local está se perdendo. “Os mais jovens não conhecem e não tem interesse”, avalia.

Para o pesquisador, além dos jovens, os governos também não dão o devido valor às espécies de plantas existentes na região. “Estas imagens lindas das fotos, infelizmente, escondem uma triste realidade. Alguns locais aos quais volto um ou dois anos depois já não existem mais. É como se não houvesse lei. A degradação de algumas áreas não respeita nem espécies em extinção”, lamenta. Ele conta que quando não se conhece o valor utilitário de determinada espécie de planta, usa-se o terreno para outros fins. “Mas a natureza não pode ser medida apenas pelo quanto ela nos dá. Ela tem que ser respeitada”, afirma.

O objetivo de Antônio Sérgio é que o site consiga apresentar pelo menos 1.000 espécies de plantas do Ceará. “O conhecimento liberta, instrui e, com isso, o ser humano passa a agir”, filosofa. Ela acredita que se houver algum tipo de apoio para,o crescimento do site, a divulgação dos bens naturais pode ajudar a conscientizar as pessoas sobre a importância de se preservar todas as espécies. “Mais de 50% dos remédios para o câncer vem diretamente da natureza. Podemos estar destruindo a fonte dos outros 50%”, avisa. “Uma, duas ou três vidas não seriam suficiente para que eu conhecesse todas as espécies de plantas existentes, mas cada uma delas é importante, precisamos só aprender a respeitá-las e valorizá-las”, conclui.

SERVIÇO

Site Flora do Ceará
www.floradoceara.com

Fonte: Jornal O Povo