Maconha pode frear câncer de mama, diz estudo

Canabidiol já se mostrou eficaz contra câncer no cérebro

[img:20070612104500cannabis_plant203.jpg,full,alinhar_esq_caixa]Uma pesquisa realizada por cientistas americanos sugere que o canabidiol, uma substância encontrada na maconha, pode impedir que o câncer de mama se espalhe.

Durante testes de laboratório, os cientistas do Instituto do Centro de Pesquisa Médica do Pacífico da Califórnia observaram que o canabidiol, ou CBD, atua bloqueando a atividade do gene Id-1, que seria responsável por disseminar as células cancerígenas de um tumor para outras partes do corpo, processo conhecido como metástase.

Exames anteriores realizados com o canabidiol já haviam mostrado que a substância pode bloquear as formas agressivas de câncer no cérebro e, de acordo com a nova pesquisa, o CBD também poderia atuar da mesma forma diante de células cancerígenas da mama.

O estudo, publicado na revista científica Molecular Cancer Therapeutics, afirma que, como o canabidiol não tem propriedades psicoativas, o uso da substância em futuros tratamentos não infringiria as leis que proíbem o consumo da maconha.

Alternativa

Os cientistas ressaltaram que as descobertas não têm como objetivo estimular as pessoas a fumarem maconha e que é muito improvável que a concentração de CBD necessária para o tratamento do câncer seja obtida através do consumo da droga.

De acordo com o líder da pesquisa, Sean McAllister, o CBD pode, no futuro, ser a base para um tratamento não-tóxico alternativo à quimioterapia.

“As opções atuais para o tratamento das formas agressivas de câncer são limitadas”, disse ele.

“Tais tratamentos, como a quimioterapia, podem ser eficazes, mas também são extremamente tóxicos e difíceis para os pacientes.”

“Este composto encontrado na maconha nos dá a esperança de que haja um tratamento que possa alcançar os mesmos resultados sem nenhum dos efeitos colaterais dolorosos”, disse McAllister.

Joanna Owens, do Centro de Pesquisa do Câncer, da Grã-Bretanha, pondera, no entanto, que a pesquisa com o canabidiol ainda está no estágio inicial.

“Essas descobertas agora devem ser seguidas de testes clínicos em humanos para saber se o CBD é seguro e se os benefícios clínicos podem ser aplicados”, disse Owens.

Fonte: [ BBC Brasil ]

Material iridescente poderá obtido a partir do cultivo de algas

[img:010160071120_diatom2_2b.jpg,full,alinhar_dir_caixa]Os cientistas estão sempre procurando inspiração na natureza, tirando proveito de soluções que consumiram milhões de anos de evolução. É o chamado biomimetismo, que busca o desenvolvimento de produtos artificiais ou sintéticos que imitem os produtos naturais. Contudo, o processo pode ser ainda mais simples se for possível simplesmente duplicar os organismos e “colher” o material de interesse.

Material iridescente

É justamente isso que estão fazendo os pesquisadores da Universidade de Oxford, na Inglaterra. Eles descobriram como reproduzir em laboratório a alga diatomácea, que apresenta um fenômeno óptico chamado iridescência. Presente também nas asas das borboletas e até em bolhas de sabão, esse fenômeno poderá ser explorado comercialmente em tintas, cosméticos e até em hologramas para a identificação de produtos.

A iridescência da diatomácea, que é um organismo unicelular, vem de sua concha de sílica, que apresenta cores vívidas que se alteram dependendo do ângulo no qual ela é vista. O efeito é causado por uma rede complexa de minúsculos furos na concha, que interferem com as ondas de luz e causam a variação de cores.

Cultivo de diatomáceas

A técnica de cultivo da diatomácea é escalável, podendo ser ampliado para operações em escala industrial. Isso permitirá que as diatomáceas sejam produzidas em massa, colhidas e processadas, podendo ser utilizadas para criar efeitos de alteração de cores em tecidos, cosméticos e tintas. Elas poderão também ser incorporadas em plásticos, formando hologramas.

Já existem produtos assim no mercado, mas eles são feitos por meio de um processo industrial sob alta pressão, que cria minúsculos refletores. O cultivo das diatomáceas deverá ser muito mais barato, já que um único organismo desses gera até 100 milhões de descendentes em um único mês.

Fonte: [ Inovação Tecnológica ]

Casca de magnólia pode combater mau hálito, diz estudo

[img:20071120124108magnoliag.gif,full,alinhar_esq_caixa]Defensores da magnólia defendem o seu uso contra reumatismo

Extrato de casca de magnólia pode ser usado para combater o mau hálito, de acordo com um estudo da fabricante de chicletes Wrigley Company, publicado na última edição da revista especializada Journal of Agricultural and Food Chemistry.

O extrato da planta já é usado no tratamento de diversas doenças e também pode ser eficaz no combate às bactérias que provocam cáries.

Os testes foram aplicados em nove voluntários da Wrigley e, segundo os pesquisadores, a combinação de menta com magnólia matou 20 vezes mais bactérias do que apenas menta.

Ao deixar a pastilha de magnólia e menta agir por meia hora, os estudiosos registraram uma diminuição de 60% no número de bactérias, enquanto com a redução apenas com balas de menta foi de 3,6%.

Cáries

Todos os voluntários eram pessoas saudáveis e tinham acabado de almoçar.

Entre as bactérias reduzidas pela pastilha estavam as responsáveis por problemas de mau hálito, bem como a Streptococcus mutans, que provoca cáries.

“Mau hálito ou halitose é um grande problema social e psicológico que afeta a maioria da população”, de acordo com os pesquisadores.

Os estudiosos escreveram ainda que o extrato de casca de magnólia demonstrou ter “significativa atividade anti-bactericida contra organismos responsáveis pelo mau odor oral”.

A pesquisa conclui que o extrato pode ser incorporado em balas e chicletes para trazer “os benefícios de um maior frescor no hálito”.

Há muitos que defendem o uso de magnólia para aliviar os sintomas de reumatismo e asma, entre outras doenças.

Fonte: [ BBC Brasil ]

Embrapa lança livro sobre produção orgânica de hortaliças

Pesquisadores da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa Hortaliças), vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), em comemoração à 3ª Semana dos Alimentos Orgânicos, lançaram nesta sexta-feira (09), em Brasília, a publicação Produção Orgânica de Hortaliças – o produtor pergunta e a Embrapa responde.

O livro, escrito por mais de 40 pesquisadores, contou também com a colaboração de pesquisadores de outras unidades da empresa, além de cientistas, professores e técnicos de outras instituições de pesquisa, ensino e extensão, além de produtores rurais que atuam no setor.

Editado pela Embrapa Informação Tecnológica, o livro Produção Orgânica de Hortaliças integra a coleção 500 Perguntas e 500 Respostas, onde apresenta informações técnicas sobre a produção orgânica de hortaliças e aborda assuntos como a legislação, mercado de comercialização, passando por manejo da água e do solo, adubação, controle de insetos-praga e doenças, procedimentos pós-colheita entre outros temas relacionados à produção orgânica.

O livro estará disponível aos interessados na sede da Embrapa, em Brasília e também na sua livraria virtual (www.embrapa.br) ao preço de R$ 30.

Fonte: [ Bonde News ]

Proibir é legal?

Desde os anos 60, o mundo trata os entorpecentes como problema de polícia. Nesse período, o consumo cresceu e a violência atingiu a todos, usuários ou não. Será que a guerra às drogas ainda faz sentido?

Por Tarso Araujo

O álcool faz mal à saúde. E não só à de quem bebe. Ele corrói famílias, causa acidentes e cobra uma alta conta do sistema público de saúde. Mas, como o álcool é uma droga legal, seu comércio gerou uma indústria saudável, que movimenta a economia como qualquer outro bem de consumo: rende impostos ao governo, lucro para empresas e empregos para quem quer trabalhar. A cada ano, a indústria global do pileque fatura US$ 450 bilhões.

A cocaína, a heroína e o ecstay também fazem mal à saúde. E também giram um mercado que rende um belo dinheiro: cerca de US$ 330 bilhões por ano. Da ilegalidade, porém, germinou uma indústria doente: em vez de gerar impostos, o dinheiro dos narcóticos chega ao Estado sob a forma de propinas que fomentam a corrupção. O lucro do negócio é investido em armas que alimentam a violência. Em lugar de empregos, o tráfico oferece às crianças e jovens uma vida de crimes.

Parece fácil a solução, então: tratemos as drogas como tratamos o álcool. Há muita gente boa acreditando nisso: economistas, médicos, políticos. Mas, para cada defensor, existe uma opinião contrária. Afinal, ninguém sabe exatamente quais os efeitos da legalização: ela jamais foi plenamente colocada em prática. Quais drogas poderiam ser liberadas? O crime organizado e o tráfico perderiam força? O consumo aumentaria? Como isso afetaria a sociedade? Dúvidas como essas terão espaço nesta reportagem. Mas parecem não existir na cabeça dos legisladores.

Colocar as drogas na ilegalidade foi a solução sistematicamente adotada no século 20, em todas as partes do globo. Infelizmente, a lei não controlou o consumo e há quem defenda que ela o aumentou. De quebra, nos jogou numa guerra contra traficantes, que por sua vez estão em guerra contra todos nós. O dano que o vício dos outros causa em nós nasce quase completamente do fato de as drogas serem ilegais, escreveu em 1972 o americano Milton Friedman, talvez o mais influente economista do século 20, vencedor do Prêmio Nobel e defensor da total legalização dos entorpecentes.

Por que proibir?

Discutir se as drogas devem ser legalizadas esconde uma questão anterior: por que proibi-las? Afinal, drogas sempre existiram. E, com raras exceções, sempre foram toleradas. A primeira política moderna para colocar os entorpecentes na ilegalidade nasceu nos EUA, em 1914, com o Ato de Narcóticos. Era uma reação aos crescentes problemas de dependência e overdose com ópio e cocaína, uma novidade num país tão religioso. Em 1918, o governo criou uma comissão para avaliar os efeitos da legislação. O grupo concluiu que: 1) um mercado negro havia surgido para atender à a procura pelas drogas; 2) esse mercado estava organizado nacionalmente para importar e distribuir o contrabando; e 3) o uso de ópio aumentara significativamente.

Diante das evidências de que a proibição beirava o fracasso, o governo americano não teve dúvidas: aumentou mais ainda as restrições, passando de 5 para 10 anos a pena máxima por crimes relacionados a drogas na década de 1950, esse limite chegaria à pena de morte. A opção proibicionista tem uma motivação moral muito forte, influenciada pelas instituições religiosas, diz Sean Purdy, professor de história americana na USP.

O ciclo que começou em 1914 repressão aumenta o preço, que valoriza o tráfico, que estimula o consumo, que aumenta a repressão iria se repetir, sob influência americana, pelo planeta. Os EUA usaram sua posição privilegiada na economia para estabelecer vários programas de erradicação de drogas, diz Purdy. Em 1961, os americanos conseguiram emplacar a assinatura de um pacto global contra as drogas na ONU. Com o acordo, o mundo achou que estava pronto para enfrentar o problema.

O documento ficou bonito no papel, mas não serviu para frear a história. A década, que começou com todos os países prometendo combater o uso de drogas, terminou com soldados americanos fumando maconha no Vietnã e hippies se entupindo de LSD mundo afora. Diante desse quadro, o presidente americano Richard Nixon resolveu lançar a Guerra às Drogas, como batizou sua política de tolerância zero com a venda e o consumo.

[ PARA CONTINUAR A LEITURA, CLIQUE AQUI ]

Bambu é o futuro

Resistente ao cultivo, essa planta pode salvar o planeta – e revolucionar a jardinagem

Anne raver

O bambu é uma planta antiga e resistente, que aparece nos mitos da criação, mas também em vasos dos terraços de Manhattan. Nasce em touceiras e se reproduz por rizomas, o que é ótimo para a formação de um bosque, mas não funciona se a intenção é usá-lo como um anteparo que não avance para o quintal do vizinho. Por esse vigor, os ambientalistas o elegeram o vegetal capaz de salvar a terra.

O bambu é incansável no seqüestro do dióxido de carbono e na sua troca por oxigênio. É uma planta robusta, que fabrica seus próprios componentes antibacterianos e se desenvolve muito bem sem pesticidas. Além disso, suas fibras porosas podem produzir tecidos que respiram e são tão macios como seda.

Hoje, embora haja uma explosão de produtores de tecidos na China e no Japão – onde o bambu é criado em fazendas e processado -, essa indústria ainda é inexistente nos Estados Unidos. Na sua edição de maio, a revista National Geographic prediz que o bambu poderá “algum dia competir com o Rei Algodão”.

Resistência ao cultivo

Apesar do clamor mundial por mais bambu, o estoque é pequeno. Planta que geralmente floresce uma vez a cada 60 a 120 anos e depois morre; fornece poucas sementes para a reprodução; e tentar criá-la pela divisão dos exemplares existentes é ainda mais difícil. Assim, quando Jackie Heinricher e Randy Burr imaginaram uma forma de cultivar bambu em tubos de laboratório – vendendo seus primeiros 2 mil exemplares em 2004 para centros de jardinagem locais, em Skagit Valley, Washington – provocaram uma comoção no mundo da horticultura. “É engraçado, porque o bambu é uma planta que tem reputação de se espalhar pelo universo e, no entanto, é a mais difícil de criar”, diz a bióloga Jackie, no centro de produção de sua empresa, a Boo-Shoot Gardens, em Mount Vernon, ao norte de Seattle.

Jackie, que cresceu rodeada por bambus (seu pai plantou um bambuzal dourado em torno de sua casa em Olympia, Washington), tentou criar a planta pela primeira vez no final dos anos 90, em uma pequena estufa de sua casa nos arredores de Anacortes, onde fundou a Boo-Shoot Gardens, em 1998. “Desde cedo fiquei interessada em bambus… Sabia que eles eram muito bonitos, mas impossíveis de reproduzir”, diz. Imediatamente, ela percebeu o quanto era difícil cultivá-los quando tentou dividir alguns de seus espécimes raros e viu-os morrer. Por isso, persuadiu Randy Burr, o proprietário do vizinho B&B Laboratories, a ajudá-la.

Burr e seu laboratório estavam no negócio há quase 30 anos, com uma cultura de 1.300 m² e 3.700 m² de estufas. A B&B trabalhava com culturas, como a de rododendros, couves e samambaias, que ele produziu em Boston, em 1973, para um viveiro em Oxanard, Califórnia. “Mas bambu era mais difícil”, diz ele, retrocedendo para os últimos oito anos de tentativas de uma infinita combinação de variedades para obter bambu em tubos de ensaio.

Opção ao gramado

As fibras de bambu são uma fonte renovável para produção de tecidos, alimento e papel. Plantações experimentais, financiadas pelo Departamento de Agricultura entre 1933 e 1965 no Alabama, mostraram quão promissor o vegetal pode ser: ele produz 14 toneladas de madeira por acre, contra 8 do pinho – uma das mais importantes fontes de madeira dos Estados Unidos. Muitas das suas variedades podem, agora, ser produzidas em vasta escala, o que revolucionará a indústria da jardinagem. Outros países, como a Bélgica, também estão explorando a cultura de laboratório, mas a Boo-Shoots parece estar liderando.

“Há uma tremenda tendência na indústria de jardinagem para usar bambu no paisagismo”, diz Nicholas Staddon, diretor da Monrovia, empresa com cinco pontos de venda nos Estados Unidos. “E Jackie está trabalhado em variedades desconhecidas ou impossíveis de serem produzidas por outro método.”

Criar bambu com sementes ou por divisão resulta em plantas de diferentes tamanhos, formas e cores. Mas cada espécie, crescendo aos milhares em Mount Vernon, é surpreendentemente uniforme. Jackie e eu caminhamos ao longo de tabuleiros cheios de Borinda boliana – bambu de touceiras, cujas canas de um azul-pálido, enquanto novas, tornam-se púrpura depois – e Fargesia rufa, com canas alaranjadas que formam bons biombos ou cercas.

Há também coberturas de solo, como a Pleioblastus viridistriatus, cujas folhas de amarelo-âmbar contrastam com o verde-escuro. “As pessoas começam a usá-las como alternativa ao gramado”, diz Jackie, correndo os dedos pelas folhas suaves. “Pode-se andar sobre elas e, se forem aparadas com cortador de grama, ficarão minúsculas.”

Fonte: [ Estado de São Paulo ]

69ª Festa das Flores movimenta Joinville

O mais tradicional evento joinvillense começa na próxima quarta-feira, dia 14

De 14 a 18 de novembro vai acontecer a 69ª Festa das Flores em Joinville. A exposição será realizada no Expocentro Wittich Freitag, a exemplo do ano passado, e simultaneamente à Exposição Brasileira de Orquídeas será realizada a 2ª Feira Jardim, Casa e Lazer.

Desde que os primeiros imigrantes chegaram a Joinville, em 9 de março de 1851, o cultivo de flores sempre foi um costume adotado pelos habitantes desta simpática e acolhedora cidade catarinense. No início do século passado, 1906, o município recebeu por parte do então presidente da República, Afonso Pena, o título de “Cidade Jardim do Brasil”.

Há 69 anos Joinville perpetua o título de “Cidade das Flores”, realizando anualmente a tradicional Festa das Flores, que tem nas orquídeas sua atenção especial. São belíssimas raridades, como a Laélia Purpurata, que encontra aqui o clima ideal para florescer.

A festa mais tradicional de Joinville traz em 2007, uma ampla programação. As flores dividem espaço com atrações artísticas e culturais, como apresentações de grupos de danças e bandas típicas. A eleição da rainha embeleza ainda mais a festa, que conta também com o tradicional Mercado de Plantas e Flores, onde há oportunidade de comprar flores e plantas ornamentais das mais variadas espécies.

Nesse ano, a Festa das Flores recebe pela primeira vez a Exposição Nacional de Orquídeas, com a coleção dos melhores exemplares do País. Como sempre, Festa das Flores é o ponto de encontro da Melhor Idade, e não será diferente este ano. Os ritmos tradicionais contagiam o público com sua alegria e simpatia e levam todos a dançar.

Com a realização do concurso de jardins, a cidade fica ainda mais bonita e os mais belos da cidade são premiados. Outro grande sucesso passou a integrar a festa, é a “Feira Jardim, Casa e Lazer”, que parte para seu segundo ano trazendo os melhores produtos e fornecedores do segmento.

Fonte: [ Tribuna Catarinense ]

Projeto de lei proíbe produção e comercialização de transgênicos em Cuiabá

Várzea Grande, 07/11/2007 – 16:40.

Da Assessoria

O plantio, cultivo, armazenamento, comercialização e a industrialização de produtos transgênicos, organismos geneticamente modificados, devem ser proibidos nos limites do município de Cuiabá. É o que defende o vereador Lúdio Cabral (PT) em um projeto de lei proposto na Câmara Municipal.

Segundo Lúdio a medida é necessária pela falta de resultados definitivos nos estudos sobre o impacto dos produtos transgênicos na alimentação das pessoas e no meio ambiente.

“Ainda não foi comprovado a ausência de riscos a saúde com os produtos transgênicos, não temos resultados claros sobre os impactos desta produção ao meio ambiente, há lacunas no processo regulatório e ausência de um controle eficaz para produção e comercialização desses produtos, então o poder público municipal deve adotar mecanismos rígidos de cautela para garantir a proteção das pessoas, e esse projeto é um instrumento legal para isso”, afirma Lúdio

O projeto, além de prevê a proibição da produção e comercialização de transgênicos, destaca também a proibição para a comercialização de alimentos sobre os quais haja denuncia de que contenha organismos geneticamente modificados em sua composição e institui penalidades para quem infringir a lei.

Entre as penalidades previstas estão multas diárias no valor de 10.000,00 (dez mil reais), apreensão dos produtos, suspensão das atividades no âmbito do município, condenação dos campos, viveiros ou produtos com organismos geneticamente modificados e seus derivados, e a destruição dos mesmos.

Os recursos provenientes da aplicação das multas devem ser utilizados em políticas de incentivo a agroecologia.

Fonte: [ Jornal Documento ]

Em busca de novos princípios ativos

por Thiago Romero

Agência FAPESP – Robert Verpoorte, do Instituto de Biologia de Leiden, na Holanda, estima que cerca de 70 mil plantas medicinais foram estudadas ou são objetos de pesquisas em laboratórios de todo o mundo para a obtenção de novos fármacos.

Devido à complexidade das micro e macromoléculas encontradas nessas plantas, Verpoorte tem trabalhado, nos últimos anos, no mapeamento de compostos de espécies como a Catharanthus roseus – que produz substâncias antitumorais como a vimblastina e a vincristina –, por meio de uma ferramenta da genômica funcional altamente promissora para o isolamento de princípios ativos.

Trata-se da metabolômica, técnica que consiste na identificação e na quantificação dos metabólitos (compósitos naturais) por meio de métodos cromatográficos, da espectrometria de massa e da ressonância magnética nuclear. Uma vantagem da metabolômica é a extração de centenas ou milhares de substâncias ativas da matriz de uma planta, muitas vezes em menos de 15 minutos.

“Mapeamentos metabolômicos, principalmente com o auxílio de espectroscopia de ressonância magnética nuclear, têm demonstrado a impossibilidade de se precisar quantos compósitos estão presentes em uma mesma espécie”, disse Verpoorte na semana passada, durante o 58º Congresso Nacional de Botânica, em São Paulo.

“Isso abre uma enorme possibilidade para a indústria farmacêutica mundial, uma vez que deve haver, no mínimo, a mesma quantidade de compósitos nessas espécies quanto o número de genes nos seres vivos. Ou seja, estamos falando em, pelo menos, 30 mil substâncias ativas em cada espécie”, afirmou Verpoorte durante a palestra magistral “Medicinal plants and metabolomics: a perfect holistic match”.

Para ele, a identificação de compostos ativos em plantas por meio da metabolômica seria a solução para a realização do “sonho pela busca de novos medicamentos e pela cura de doenças”. “A associação das ciências ‘ômicas’, como a genômica, a transcriptômica e a proteômica, permite que a indústria identifique diferentes substâncias bioativas que podem dar origem a uma única droga para o tratamento de doenças multifatoriais”, apontou.

Verpoorte, que é também editor do Journal of Ethnopharmacology, mencionou o ácido acetilsalicícico, medicamento cujo composto ativo é extraído da folha do chorão (Salix babylonica) e que, segundo ele, com mais de cem anos de existência “é a droga mais bem-sucedida já produzida pela indústria farmacêutica”.

Só nos Estados Unidos, segundo o cientista, são consumidas cerca de cinco toneladas de aspirina por dia, justamente por ela servir para diferentes usos, desde analgésico e antitérmico até tratamentos antiinflamatórios ou para alívio de dores de cabeça.

“A metabolômica permitirá uma abordagem holística dos produtos bioativos. Ela fará uma espécie de varredura na medicina para a elaboração de drogas únicas cujas fórmulas serão ativas em diferentes alvos, revolucionando a ecologia química e o desenvolvimento de drogas a partir de plantas”, destacou.

Fonte: [ Agência FAPESP ]