Temores sobre os transgênicos estão se confirmando, diz cientista gaúcho

Geneticista Flávio Lewgoy revela que já há vários casos comprovados no mundo de graves danos à saúde humana e animal provocados pelo uso de transgênicos. “O que os críticos dos transgênicos sempre disseram está aparecendo, e em grau exponencial, mostrando que se tratam de produtos de alto risco”, afirmou o cientista à EcoAgência.

Porto Alegre, RS – Um parecer científico da Associação Gaúcha de Proteção ao Ambiente Natural (Agapan) sobre os Organismos Geneticamente Modificados (OGMs), dirigido ao Conselho Estadual de Saúde, põe mais lenha na fogueira desse debate. O texto afirma, com todas as letras, que estão comprovados os riscos dos transgênicos à saúde humana e animal.

Elaborado pelo químico e especialista em genética Flávio Lewgoy, ex – professor titular do Departamento de Genética da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs) e conselheiro da Agapan, o documento destaca que, em 1999, ele já tinha alertado a respeito do potencial nocivo dos OGMs, como resultado dos genes alienígenas inseridos em seus genomas.

“Desde então, pesquisas científicas em renomadas instituições de vários países, bem como relatos de casos, evidenciam que esse potencial se concretizou, em alto risco à saúde pública e animal, com a liberação comercial de variedades Geneticamente Modificadas de soja e milho sem avaliação adequada”, afirma Lewgoy.

A seguir, ele enumera no documento de quatro páginas, com a citação das fontes científicas, vários exemplos disso. Tais pesquisas, observa, foram publicadas em periódicos científicos internacionais, de reconhecida seriedade, após rigorosa revisão por painéis de especialistas da mesma área – o chamado “peer review”. “Os artigos expõem anomalias na bioquímica, sistema imune, anatomia, crescimento, reprodução e comportamento em animais aliementados com batatas, milho ou soja geneticamente modificados”, assinala Lewgoy.

Pesquisas com roedores

São impressionantes, por exemplo, os resultados citados de pesquisas com roedores alimentados com transgênicos.

No Rowett Institute, em Aberdeen, Escócia, roedores jovens alimentados com a batata transgência mostraram, após 110 dias, lesões pré-cancerosas no aparelho digestivo, limitado desenvolvimento do cérebro, fígado, testículos, pâncreas, intestinos dilatados e danos no sistema imune, relataram os cientistas Puztai e Ewen, autores do estudo.

Já a doutora Irina Ermákova, da Academia de Ciências da Rússia, publicou que ratas alimentadas com soja RR (tolerante ao herbicida glifosato, liberada no Brasil) tiveram excesso de filhotes malformados e com pouca sobrevida: os sobreviventes eram estéreis. Além disso, num comunicado ao 14º. Congresso Europeu de Psiquiatria, ela advertiu ainda que a mesma dieta elevou os níveis de ansiedade e agressividade dos roedores.

Com resultados bem semelhantes, cientistas das universidade de Urbino, Perguia e Pavia, na Itália, revelaram que a alimentação de camundongos com soja RR provocou alterações no pâncreas, fígado e intestino dos roedores.

Reações humanas ao algodão, milho e soja

Na Índia, em seis aldeias, os trabalhadores de plantações do algodão Bt (transgênicos) tiveram afecções de pele, olhos e aparelho respiratório. Detalhe importante: todos tinham, anteriormente, trabalhado com algodão não geneticamente modificado (convencional), sem apresentar esses problemas de saúde.

Em outro caso relatado por Lewgoy, nas Filipinas, em 2003, cerca de 100 pessoas que viviam perto de uma plantação de milho Bt Mon810 tiveram reações cutâneas, intestinais, respiratórias e outros sintomas quando o milho começou a florescer. “Testes do sangue de 39 pessoas acusaram a presença de anticorpos contra a toxina Bt, o que reforça a suposição de que o pólen seria a causa do episódio. Esses sintomas reapareceram em 2004, em ao menos quatro outras localidades onde foi plantado o mesmo cultivar de milho”.

Já na Grã-Bretanha verificou-se um grande aumento nas alergias à soja após a introdução do produto GM. “Em 1999, em curto espaço de tempo, alergias causadas pelo consumo de soja tiveram um salto na incidência de 10% para 15%”.

A soja geneticamente modificada foi introduzida justamente naquele ano no país. E os testes sangüíneos para anticorpos revelaram reações diferentes das pessoas a variedades de soja não-transgências e transgênica (que tem maior concentração de uma proteína alergênica, por “coincidência”).

Mortes de animais

Após a colheita do algodão, no distrito de Warangal, em Andhra Pradesh, Índia, 10 mil ovelhas que pastaram folhas e brotos das plantas transgênicas adoeceram e morreram em cinco a sete dias, conta o geneticista. A causa provável apontada foi a a toxina Bt (do produto transgênico), sendo que não houve mortes de ovelhas nos campos de algodão não-Bt.

Enquanto isso, em Hesse, Alemanha, doze vacas leiteiras de um rebanho, alimentadas com folhas e sabugos de milho Bt 176, duplamente transgênico, resistente ao herbicida glufosinato e secretor da toxina Bt, morreram. A Syngenta, fornecedora das sementes pagou 40 mil euros de indenização ao fazendeiro, mas as amostras coletadas para exames de laboratório sumiram, misteriosamente.

Por outro lado, em fazendas dos Estados Unidos constatou-se que, entre ração transgênica e não-transgênica, os animais preferem a última: “Em testes feitos em fazendas, vacas e porcos repetidamente rejeitaram milho GM Bt. Animais que evitaram alimentos GM (soja RR, milho Bt) incluem vacas, porcos, gansos selvagens, esquilos, veados, alces, ratos e camundongos”, destaca o parecer.

Crítica à CTNBio

Quando aprovou a liberação comercial do milho transgênico da Bayer (resistente ao herbicida glufosinato), recentemente, a Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio) afirmou que a espécie não é potencialmente causadora de degradação ao meio ambiente ou de prejuízos à saúde humana e animal. “Esta afirmação não se sustenta nos fatos”, critica o cientista gaúcho e conselheiro da Agapan.

Segundo ele, as duas únicas pesquisas publicadas a respeito foram duramente criticadas por pesquisadores independentes por serem mal elaboradas, mas mesmo assim detectaram problemas no uso do produto. Um experimento com galinhas, cita Lewgoy, mostrou que as aves alimentas com ração de milho geneticamente modificado tiveram o dobro da mortalidade, além de menor ganho de peso. A segunda experiência empregou a proteína PAT, que o milho transgênico sintetiza, e filhotes de ratos alimentados por 13 dias com baixas ou altas doses da proteína tiveram problemas de crescimento.

Além disso, completa, são muito reduzidos ou inexistentes os estudos sobre a digestão no organismo humano e animal do herbicida e seus metabólitos (empregados na planta e na espiga transgênica), bem como sua interação com os microorganismos do aparelho digestivo.

Riscos preocupantes

“Os riscos de saúde, humanos e animais, do consumo de transgênicos agrícolas, expostos e documentados neste parecer, imediatos – por exemplo, alergias – e a médio e longo prazo, afetando os sistemas nervoso, digestivo e imune, são preocupantes”, afirma o geneticista.

Na conclusão do documento, ele recomenda que seja exigido o cumprimento da lei que determina a rotulagem dos produtos transgênicos disponíveis aos consumidores. Orienta também para que o Conselho Estadual de Saúde do Rio Grande do Sul e dos demais estados e municipios tomem medidas judiciais para impedir o licenciamento e liberação comercial dos transgênicos que não tenham passado por rigorosas avaliações, feitas por cientistas independentes, declaradamente sem conflitos de interesse, ressalta.

“Os defensores dos transgênicos estão ficando acuados, os fatos sinalizam que alguma coisa há de errado. Estamos na véspera de grandes acontecimentos para derrubar os mitos dos transgênicos, que só existem pelas enormes quantias que as empresas do setor investem”, disse Lewgoy à EcoAgência.

Genoma é muito complexo

O geneticista destaca que o genoma é extremamente complexo, por isso é impossível aos cientistas que trabalham na produção de transgênicos controlar todos os seus efeitos.

Para ele, estes fatos todos só não têm vindo à público por omissão da imprensa e cumplicidade de boa parte dos cientistas, alguns ingênuos – acreditando que ser contra os transgênicos é ser contra a ciência – e outros silenciados ou pagos pela indústria. Mas dois cientistas brasileiros já abandonaram a CTNbio por não concordarem com os procedimentos do órgão na avaliação dos OGMs, lembra.

Por estranho que pareça, destaca, há muitos cientistas norte-americanos contestando os OGMs e que estão sofrendo represálias por isso: “O poder financeiro dessas empresas é estarrecedor, mas não estão conseguindo mais tapar o sol com a peneira, há uma série de denúncias contra os transgênicos, estamos vivendo outros tempos”, acredita o cientista.

{Texto de Ulisses A. Nenê para a EcoAgência.}

Fonte: [ EcoAgência ]

BID financia projeto de biocombustíveis no Brasil

Esta operação faz parte de uma iniciativa do BID para estruturar o financiamento da dívida prioritária em cinco projetos de produção de etanol no Brasil, que terão um custo total de US$ 997 milhões.

Da Redação com agências internacionais

Brasília – O Diretório Executivo do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) financiará com US$ 120 milhões um projeto de biocombustíveis da empresa brasileira Usina Moema Açúcar e Álcool Ltda.

Trata-se do primeiro financiamento do setor privado destinada a este tipo de combustíveis no país latino-americano.

Esta operação faz parte de uma iniciativa do BID para estruturar o financiamento da dívida prioritária em cinco projetos de produção de etanol no Brasil, que terão um custo total de US$ 997 milhões.

Através deste investimento, o Brasil pretende triplicar sua produção anual de etanol até 2020.

O BID disse que apóia o objetivo do Governo brasileiro de transformar o país em um centro mundial de primeiro nível para pesquisa e desenvolvimento de biocombustíveis.

O Banco trabalhou com o Brasil para facilitar a transferência de tecnologia e assistência técnica e permitir que outros países da região possam se beneficiar do conhecimento e da experiência brasileira nesta área.

“Atualmente a Moema iniciou um processo de refinanciamento dessa dívida até um montante de US$ 120 milhões, através de um pacote de financiamento preparado pelo BID”, disse em comunicado o chefe de projeto do Banco, Leandro Alves.

O pacote compreende um empréstimo do BID de até US$ 40 milhões de capital ordinário do Banco e um financiamento compartilhado de até US$ 80 milhões com outros bancos comerciais.

“A transação ajudará a Moema a estender de dez meses a 6,6 anos a média de vida da dívida refinanciada”, apontou outra chefe da equipe do BID, Sylvia Larrea.

O BID mantém que a operação permitirá que esta empresa, com sede em São Paulo, reoriente os fundos que atualmente usa para atender o serviço de sua dívida a curto prazo.

Além disso, servirá para financiar seu plano de investimentos de capital, incluindo os projetos que tendem a impulsionar a produção de açúcar, etanol e co-geração de energia a partir de biomassa.

A Moema é uma grande produtora de açúcar, etanol e bioenergia que opera em uma das indústrias de mais rápido crescimento no Brasil e no mundo.

Fonte: [ Portugal Digital ]

Etanol ‘come a paisagem’ do cerrado, diz jornal

Uma matéria publicada nesta terça-feira no jornal Washington Post afirma que, depois da pecuária e do plantio de soja, outra atividade está causando a destruição do cerrado brasileiro: o plantio de cana-de-açúcar para a fabricação de etanol.

Em reportagem intitulada “Perdendo a floresta para abastecer carros”, o diário americano diz que nos últimos 40 anos o cerrado perdeu metade de sua área em conseqüência dessas atividades.

Um analista da fundação Conservation International, baseada nos EUA, disse ao jornal que a taxa de desflorestamento do cerrado é mais alta que da Amazônia, e que se o ritmo for mantido toda a vegetação que caracteriza o centro-oeste do país poderia desaparecer até 2030.

“O governo brasileiro e grandes companhias de agronegócio dizem que a expansão da soja e da cana-de-açúcar não necessariamente significa devastação do cerrado, onde vivem cerca de 160 mil espécies de animais, muitos em perigo de extinção”, diz o Post.

“Eles dizem que plantam em terras degradadas e pastos abandonados, melhorando a qualidade e a produtividade do solo.”

“Mas grupos ambientais argumentam que, à medida que a soja e a cana-de-açúcar substituem a pecuária e colheitas menos lucrativas, os fazendeiros penetram em áreas virgens do cerrado.”

O jornal lembra que tanto a soja quanto a cana-de-açúcar para o etanol são produtos fundamentais na pauta agrícola brasileira. A produção de ambos os produtos no Brasil tende a crescer para suprir a demanda dos EUA, diz a reportagem.

No início deste ano, o presidente americano, George W. Bush, anunciou que até 2022 pretende elevar para 36 bilhões de galões por ano a demanda americana por etanol, seis vezes mais que o volume que pode ser refinado nos EUA.

Um porta-voz da empresa de agronegócio Bunge disse ao jornal que, “se os EUA iniciarem uma corrida em direção ao (plantio de) etanol, os preços da soja tendem a subir, e a demanda será coberta pelo Brasil”.

O porta-voz disse ainda que, com amplas áreas de plantio ainda disponíveis, o Brasil poderia ver sua produção de soja dobrar em três ou quatro anos.

“O cerrado é perfeito para a agricultura, e será usado (se houver demanda) – não há dúvida em relação a isso”, disse o porta-voz da Bunge, segundo o Post.

Amazônia

Em outra reportagem sobre o meio ambiente no Brasil, o The New York Times afirma que o Brasil está “alarmado” com indicadores de que a mudança climática já causa efeitos na Amazônia, e que por isso o governo Lula já demonstra flexibilidade nas negociações internacionais sobre o tema.

Tradicionalmente “desconfiado do envolvimento estrangeiro em sua gerência da Amazônia, que enxerga como um problema doméstico”, o país passa a encarar com mais simpatia mecanismos de mercado que poderiam evitar o desflorestamento, diz o correspondente do jornal.

Para o governo brasileiro, a alternativa mais palatável para evitar a perda da área de floresta seria um mecanismo em que doações fossem feitas a um fundo administrado em Brasília.

Mas potenciais doadores mencionados em anonimato pelo jornal “preocupam-se com o desperdício e a ineficiência”, e temem que seu dinheiro acabe indo parar em um “saco sem fundo”.

Uma seca na Amazônia, que levantou temores em relação à capacidade agrícola do país, e a ocorrência de um furacão no sul do país estão fazendo o Brasil mudar de idéia aos poucos.

“Negociadores e observadores que acompanham as negociações internacionais sobre clima dizem que o Brasil agora está disposto a discutir assuntos que recentemente considerava fora da mesa.”

Entre as propostas estariam programas de orientação mercadológica para reduzir as emissões de carbono resultantes de devastação em larga escala na Amazônia.

De acordo com o jornal, cada vez mais os brasileiros deixam de ver o aquecimento global como um “problema distante”, encarando-o como algo que “os afeta”.

Fonte: [ BBC Brasil ]

Moratória na Amazônia deve servir de exemplo

Postado por Bruno Blecher em 30/7/2007 às 9:37:11 AM

Quem viu, estranhou. Sentados à mesma mesa as grandes indústrias da soja, os agricultores da Amazônia e os ambientalistas. Coisa rara, mas aconteceu na semana passada, em São Paulo, durante a comemoração do primeiro ano da chamada Moratória da Soja. Estavam todos lá: Bunge, Maggi, Cargill, ABIOVE, ANEC, Greenpeace, WWF, The Nature Conservacy, entre outros.

A moratória existe desde julho de 2006, quando a ABIOVE (Associação Brasileira da Indústria de Óleos Vegetais) e a ANEC (Associação Brasileira dos Exportadores de Cereais) se comprometeram a não comercializar soja oriunda de áreas que forem desflorestadas dentro do bioma Amazônia.

Na semana passada, o compromisso foi prorrogado por mais um ano. O grupo de trabalho, que reúne as indústrias e as ONGs, divulgou resultados que apontam para um recuo do desmatamento. Para Carlo Lovatelli, presidente da ABIOVE, existem hoje cerca de 70 milhões de hectares desflorestados na Amazônia, dos quais apenas 1,2 milhão é cultivado com soja. Na Amazônia, apenas 200 propriedades rurais trabalham com soja, o que permite à indústria negociar com cada um destes agricultores para tentar impedir o desmatamento de novas áreas.

Com a Moratória, a indústria brasileira espera conter o barullho dos verdes lá fora. Vira e mexe, estoura uma campanha contra a soja brasileira na Europa, movida por várias entidades ambientalistas e apoiada por redes varejistas. As notícias da expansão da soja na floresta Amazônica afetam o comércio do produto. Pressionados pelos consumidores, redes de supermercados e grandes cadeias de fast-food ameaçam suspender a compra de alimentos produzidos com soja colhida na região amazônica.

A indústria da soja admite que a principal motivação da moratória é comercial, ou seja, garantir sua clientela. Mas diz estar preocupada também com a preservação da floresta e a utilização responsável e sustentável dos recursos naturais. Seja qual for a causa, o importante é que a indústria não compre soja oriunda de áreas desmatadas na Amazônia.

“Só vai haver existir negócio e lucro, se existir o Planeta”, lembra Paulo Audário, do Greenpeace. A aliança entre a indústria da soja, os agricultores e os ambientalistas para proteger a Amazônia é bem-vinda e representa um grande avanço para a formação de uma agricultura sustentável no Brasil.

Mas por que só a Amazônia? O cerrado também não é um bioma importante?

Longe de mim defender uma moratória para o cerrado. Não se trata disto. A região é vital para a agricultura (e para economia) brasileira. Lá se produz hoje 60% da soja brasileira. Mais ainda: no cerrado, o Brasil produz 59% do café, 45% do feijão, 44% do milho, 81% do sorgo, 55% da carne bovina e 10% da cana. O cerrado é o terceiro maior produtor e grãos do país e abriga 40% do rebanho bovino brasileiro.

Mas com uma extraordinária biodiversidade, o cerrado não pode ser encarado apenas como fronteira agrícola. Estamos falando da segunda maior formação vegetal do país, atrás apenas da Floresta Amazônica, que ocupa 2 milhões de km2 ( 23% do território nacional) e se espalha por 10 Estados. Cerca de 60% desse bioma está conservado. Portanto, é possível usar o cerrado para a produção de grãos e ao mesmo tempo preservar a sua natureza exuberante.

Por que não aproveitar o espírito da moratória da soja na Amazônia para criar um programa de agricultura sustentável também no cerrado? Lá vivem 10 mil espécies de plantas diferentes, muitas delas de uso medicinal e alimentício. Cerca de 800 espécies de aves se reproduzem no cerrado, além de 180 espécies de répteis e 195 de mamíferos. Isto sem contar com o surpreendente número de insetos, como cupins, borboletas, abelhas e vespas.

O Greenpeace diz que não trabalha com o cerrado, mas está preocupado com que possa acontecer por lá. “Há risco, sim, de a moratória na Amazônia aumentar a pressão sobre o cerrado”, admite Paulo Audário. Carlo Lovatelli, da ABIOVE, espera que as ferramentas da moratória possam servir para criar uma convivência mais harmoniosa entre a agricultura e a natureza também no cerrado. Tomara. Mas convém ficar de olho. Na Amazônia e no cerrado.

Fonte: [ Observatório da Imprensa ]

Ozono (Ozônio) impede produtividade das plantas

Um estudo publicado na revista Nature concluiu que o impacto do ozono nas alterações climáticas é superior ao que fora antes previsto pelos cientistas. Segundo os especialistas da Universidade de Exeter no Reino Unido, o excesso de ozono ao nível da solo danifica as plantas, reduzindo a sua capacidade de absorver dióxido de carbono (CO2) da atmosfera.

A presença de ozono no solo deve-se a uma reacção entre a luz do sol e gases nocivos, produzidos pelo homem, como metano e monóxido de carbono. O ozono entra nas plantas por poros que se encontram nas folhas, os estomas, interferindo nas reacções que possibilitam a fotossíntese. Sem capacidade de produzir os nutrientes de que lhes são vitais através da captação de CO2, as plantas enfraquecem e não reciclam o ar respirável da nossa atmosfera.

“Parece que temos andado a olhar para o lugar errando no que toca ao impacto do ozono”, adverte Peter Cox, um dos autores do estudo. Isto porque os cientistas já sabiam que o excesso de ozono na atmosfera impedia que gases e calor saíssem da Terra, contribuindo para o efeito de estufa. O que não sabiam era que a interacção do ozono com as plantas podia contribuir de forma mais determinante para as alterações climática e para a poluição mundial.

Os investigadores elaboraram ainda um modelo computacional que lhes permite estimar o impacto do ozono na absorção de carbono entre 1900 e 2100. Na pior das perspectivas, o ozono terá reduzido a produtividade das plantas em 23%. Na melhor das hipótese, tê-la-á reduzido em 14%. |

Fonte: [ DN Online ]

Arvorismo – um esporte radicalmente ecológico

Uma construção no mínimo estranha chama a atenção especial dos visitantes da Expoacre 2007. São enormes troncos de madeira verticalizados ligados uns aos outros por cordas e cabos de aço a mais de cinco metros de altura, como se o visitante caminhasse por entre as árvores da floresta.

Trata-se de uma pista de Arvorismo, um esporte pouco conhecido dos acreanos, mas que em breve poderá ser um dos grandes atrativos do Seringal Cachoeira localizado no município de Xapuri, segundo o secretario de turismo, esporte e lazer, Cassiano Marques.

Os visitantes também podem fazer em alguns minutos, um passeio pelos principais atrativos das três rotas turísticas contempladas pelo projeto de desenvolvimento das rotas turísticas do Vale do Acre, já imaginou? Para que isso fosse possível, a Secretaria de Turismo em parceria com o Sebrae construiu uma replica desses lugares dentro de um espaço privilegiado no Parque de Exposições Marechal Castelo Branco, a trilha levará visitantes pelos principais atrativos dos Caminhos da Revolução, Chico Mendes e do Pacífico.

Sobre o arvorismo

Arvorismo é a travessia entre plataformas montadas no alto das copas das árvores, onde os praticantes percorrem um percurso suspenso, ultrapassando diferentes tipos de obstáculos como escadas, pontes suspensas, tirolesas e outras atividades que podem ser criadas. Além de árvores, postes também podem servir de base para a prática do esporte.

Para praticar o arvorismo, não é necessário ser atleta, precisa apenas muita disposição e coragem para superar os desafios, ter idade acima de 7 anos e medir mais de 1,40. Com a supervisão de monitores treinados e o kit arvorismo (cadeirinha, cabo de segurança, mosquetão, polia e capacete), os aventureiros estimulam a capacidade individual, exercitando o corpo e a mente, desenvolvendo o equilíbrio interior e aliviando o stress diário através da adrenalina.

Hoje existem mais de 200 percursos na Europa e em outros países como Brasil, Costa Rica e Nova Zelândia. No Brasil o primeiro percurso com estrutura fixa montada foi em Brotas, interior de São Paulo, criado em 2001 e que serviu de inspiração para construção em outras regiões: Santa Catarina, Minas Gerais, São Paulo, Rio de Janeiro e Espírito Santo. Na chapada dos Veadeiros, o primeiro e único percurso construído encontra-se no Portal da Chapada. É um circuito com oito atividades, a 12m de altura, terminando com uma grande tiroleza. O Arvorismo do Portal da Chapada é uma atividade bastante segura, podendo ser praticado por pessoas de todas as faixas etárias a partir de 10 anos de idade

Tipos de arvorismo

Contemplativo

Nascido na Costa Rica nos anos 80, esse percurso tem como principal objetivo a observação da natureza. O praticante caminha por passarelas protegidas por redes, que estão suspensas entre as árvores.

Acrobático

Neste tipo de percurso os praticantes precisam de um pouco mais de equilíbrio, coordenação e ousadia. Sempre presos a um cabo de segurança e utilizando equipamentos adequados, os praticantes caminham sobre cabos, se penduram em redes e deslizam em tirolesas. Essa atividade nasceu na França no fim dos anos 90.

VOCÊ SABIA QUE …

A versão mais correta sobre o surgimento do Arvorismo ou Arborismo diz que a atividade surgiu nos anos 80 na Costa Rica, onde biólogos e naturalistas pesquisavam a fauna e a flora de cima das árvores e, para evitar subidas e descidas constantes, criaram um sistema de passarelas de uma árvore para a outra.

No Brasil, o arvorismo chegou em 2001 através da implantação da primeira pista na cidade de Brotas/ SP.

Arvorismo ou Arborismo? Não importa a forma que você expresse. O Importante é que você saiba o que representa. Algumas tórias dão conta de que cada palavra tem sua raiz vinculada ao tipo de estruturas. Por exemplo: Arvorismo vem de ARVORAR, algo elevado. Sendo assim, não necessariamente as estruturas estão em árvores, mas sim em qualquer forma de estruturas, podendo ser naturais ou não. Já a palavra Arborismo vem de ARBÓREA, ou seja, as estruturas são fixadas em espécies arbóreas, no caso, árvores.

Fonte: [ Página 20 ]

Médicos receberão orientações sobre o Programa Fitoviva

O Programa Fitoviva, da Secretaria de Saúde de Cuiabá, realiza de 22 a 25 de agosto, no auditório da Escola de Saúde Pública (ESP), o curso de atualização médica “Prescrição de Medicamentos Fitoterápicos e Plantas Medicinais” destinado exclusivamente a médicos. O curso conta com a parceria da Secretaria Estadual de Saúde (MT Farma e ESP) e da Comissão Municipal Práticas Integrativas e Complementares do SUS- Cuiabá.

De acordo com a supervisora do Fitoviva/SMS, Isanete Bieski, o evento ainda conta com apoio do Sebrae, Unimed, Ufmt, CRM e Correios/MT. As inscrições, informa ela, são limitadas e podem ser feitas pelo telefone (65) 3617-1447. Isanete Bieski é consultora em Plantas Medicinais, Aromáticas e Reflorestamento e professora de Botânica e Homeopatia no Curso de Farmácia do Univag.

PROGRAMAÇÃO

22/08

19h00

– Abertura c/ Autoridades e Poesias (Bia)

– Palestra: “Histórico da Fitoterapia no Brasil, Legislação, Políticas e Programas de Governo em PM e Fitoterapia” – Dra. Henriqueta Sacramento

23/08

8-12h

– Palestra: “Abordagem Terapêutica das 20 plantas Medicinais do Fitoviva” – Dra. Henriqueta Sacramento

– Visita Técnica ao Horto Florestal – Fitoviva

13h30min-14h10min

– Palestra: “Programas Fitoviva/Cuiabá; Fitoplama/EMPAER;MT-Farma/SES/MT” – Farm. Isanete Bieski/Otilia M. Teófilo; e Farm. Maria das Graças Leão;

14h10min – 16 h

– Palestra: “Fitoterapia na atenção primária: Aspectos antropológicos, sócio-culturais, epidemiológicos, etnobotânicos e farmacológicos” – Dra. Henriqueta Sacramento

16-18h

– Palestra: Fitoquímica e Farmacologia Aplicada, Conceitos – fitocomplexo, mecanismos de ação diferenciados” – Dr. Domingos Tabajara

– Grupos e subgrupos fitoquímicos e suas características Farmacológicas

– Interação entre Alopáticos e Fitoterápicos

24/08

8-10h

– Palestra: “Noções de Farmacotécnica Aplicada, Noções sobre processos de estabilização das drogas vegetais, Tipos de preparações: formulações industriais, oficinal, magistral e caseira, Noções sobre processos de extração e preparação de formulações magistrais de fitoterápicos, Relação forma farmacêutica x terapêutica” – Dr. Domingos Tabajara.

10-12h

– Palestra: “Conceitos Básicos de Classificação dos vegetais, Nomenclaturas botânicas e farmacêuticas, Principais conceitos aplicados: – Planta medicinal x droga vegetal, Princípios ativos e marcadores, Tipos de extratos, Fitoterápicos e fitoterapia” – Dr. Roberto Leal Boorhem

14-16h

– Palestra: “Técnicas de Formulação e Prescrição, Parâmetros tradicionais e científicos de formulação e prescrição, estratégias de formulação, Receituário em fitoterapia, Precauções e avaliação clínica, Protocolo de observação clínica” – Dr. Roberto Leal Boorhem

16-18h –

– Palestra: Fitoterapia nas Patologias Mais Comuns – Dr. Roberto Leal Boorhem

25/08

8-11h50min

– Palestra: “Fitoterapia nas Patologias Mais Comuns” – Dr. Roberto Leal Boorhem

11h50min

– Encerramento

Fonte: [ 24HorasNews ]

Planta poderá ligar para dono pedindo água

Sistema feito nos EUA dá voz e identidades diferentes para cada planta.
Sensores de umidade conectados a uma central acionam e agradecem usuário.

Da Reuters

Imagine atender o celular e receber um recado de uma das suas plantas, dizendo, com sotaque escocês, que ela precisa beber alguma coisa. Esse cenário não está longe de se concretizar. Um grupo de alunos de pós-graduação da Universidade de Nova York está desenvolvendo uma maneira de viabilizar que as plantas que sofrem com escassez ou excesso de água liguem para os seus proprietários em busca de ajuda.

O projeto Botanicalls usa sensores de umidade colocados na terra capazes de enviar sinais via rede sem fio a uma central, que telefona para o proprietário se for necessário.

Vozes gravadas foram designadas para cada planta, de acordo com suas características biológicas, como forma de ajudar a tornar os recados mais divertidos e criar uma personalidade diferenciada para cada uma delas.

Rebecca Bray, estudante de comunicação interativa que desenvolveu o conceito em parceria com três colegas, disse que a tecnologia utilizada não é nova, mas a maneira de comunicação, por voz, e a personalidade das plantas representam um diferencial.

“Elas vão ligar para informar que estão muito sedentas e precisam de muita água. Mas serão muito educadas”, afirmou. “Queríamos garantir que os proprietários não recebessem ligações só quando suas plantas precisam de alguma coisa, porque isso as faria parecer carentes. Por isso, as plantas também telefonam para agradecer depois que foram regadas.”

No caso de uma planta como o musgo escocês, por exemplo, eles escolheram um falso sotaque da Escócia porque, apesar do nome, a planta não vem de lá. “Queríamos oferecer um sistema que permitisse às plantas sobreviver por meio da comunicação com as pessoas”, disse Bray, que desenvolveu o projeto com Rob Faludi, Kati London e Kate Hartman.

Ela declarou ter ficado surpresa com o número de pessoas que a procuraram com interesse de adquirir o sistema para suas casas e escritórios, mas não espera que ele esteja disponível comercialmente por pelo menos mais seis meses. “Esperamos que o sistema ajude as pessoas a aprender como cuidar melhor de suas plantas com o tempo, o que talvez torne os telefonemas desnecessários”, afirmou Bray.

Fonte: [ G1 ]

Biocombustível ganha apoio da opinião pública européia

Os biocombustíveis começam a ganhar o apoio da opinião pública européia, que até poucos anos sequer conhecia a possibilidade de ter seus carros movidos a etanol. Sondagem feita nos 27 países da União Européia (UE) mostra que, de cada três europeus, um quer os fabricantes de veículos sendo obrigados a implementar motores adequados aos biocombustíveis. Mais de um terço dos entrevistados ainda defende incentivos fiscais para que o etanol seja barateado e, assim, difundido no bloco.

A Comissão Européia estipulou o objetivo de ter 5,75% de seus carros movidos a biocombustível até 2010 e 10% até 2020. Alguns países já vêm adotando políticas para o setor, como a França que pretende contar com 500 postos que ofereçam etanol aos consumidores.

Na Suécia, o país tem a maior frota de carros movidos a biocombustível da região e prega o fim das barreiras de importação para baratear o combustível. Na Suíça, caminhões de lixo e outros veículos do governo estão sendo adaptados para usar etanol.

O problema é que se o atual ritmo de implementação do etanol no mercado europeu continuar como está, o bloco não conseguirá atingir as metas estipulados. Além do uso obrigatório de motores, outra opção que ganha adeptos é a de dar incentivos para que o etanol, ainda caro, seja mais barato para o consumidor. Segundo a sondagem, 36% das pessoas entrevistadas acreditam que isso seria o maior incentivo que os biocombustíveis poderiam ter na Europa.

Os cidadãos mais conscientes da importância no etanol seriam os finlandeses. 54% deles acham que a redução do preço do biocombustível por meio de incentivos fiscais é o que irá dar um impulso ao etanol na Europa. Já os espanhóis são os mais pessimistas em relação a essa idéia. Apenas 20% defendem isso. Para portugueses, ingleses, alemães e italianos, a obrigação das montadoras de produzir motores que aceitem o etanol é a opção mais defendida para que o etanol passe a ser usado. As taxas de apoio a essa medida chegam a 43% em Portugal e 40% no Reino Unido.

Fonte: Agencia Estado – Jamil Chade

disponível online em: [ Diário da Manhã ]

ANVISA abre consulta pública sobre transgênicos

Agencia Estado

A pressão de setores do governo contra a atuação da Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio) deixou os gabinetes e se transformou em confronto aberto. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) colocou em consulta pública uma resolução que normatiza a avaliação da segurança de alimentos que contenham organismos geneticamente modificados (OGMs) – uma atividade que, pela Lei de Biossegurança, é da CTNBio. “Estão se aproveitando do vazio político nessa área para ganhar terreno”, reagiu o presidente da CTNBio, Walter Colli.

A consulta pública da Anvisa propõe 119 questões que teriam de ser respondidas por empresas interessadas na liberação comercial de seus produtos. De posse das respostas, a Vigilância Sanitária faria seu parecer e o encaminharia ao Ministério da Saúde – que, por sua vez, levaria o assunto à CTNBio.

Oficialmente, a Anvisa afirma que a proposta é uma resposta à demanda social pela garantia de qualidade nos alimentos. Mas, entre cientistas, a iniciativa já foi apelidada como uma ação para criar uma espécie de “CTNBio do B”, um novo braço de ala do governo interessada em dificultar o trabalho da comissão de biossegurança.

Colli afirma que não foi consultado sobre a criação de tal resolução. Nem mesmo informado. “Isso representa uma superposição de atribuições”, diz. Para ele, a iniciativa da Anvisa é uma reação a duas vitórias conquistadas nos últimos meses por setores que não têm resistência prévia contra organismos geneticamente modificados – a redução do quórum para liberação comercial de transgênicos e a aprovação de um milho resistente a herbicidas. As informações são do jornal O Estado de S.Paulo

Fonte: [ A Tarde Online ]