Folha da Mandioca

Folha da Mandioca / Aipim
Nutrientes Principais

A folha da mandioca [ Manihot esculenta ] é uma verdadeira dádiva da Natureza!

Ela possui uma das maiores fontes de vitamina A, aminoácidos e sais minerais encontrados em folhas, correspondendo aos nutrientes de 3 cenouras ou 2 pés de alface. É muito rica em vitamina C, ferro, cálcio e vitamina B2.

Principais Benefícios à Saúde

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Multimistura – fatos, dúvidas e dados

Circulando na rede um e-mail contando os apuros que a Dra. Clara Brandão estaria passando no Ministério da Saúde, e toda uma trama para provar à possível troca da Multimistura por produtos industrializados.

Esclarecendo:

Primeiro a Dra. Clara pediu a aposentadoria no fim da gestão anterior do Ministério da Saúde, quando o Sr. Humberto Costa era ministro. Nesta época para forçar este pedido, foi que ela teve a luz cortada de sua sala, entre outras pressões.

O atual Ministro o Sr. Temporão não a recebe sob alegação que há meses atrás um estudo feito por uma Universidade de Medicina do RS, provou que a multimistura nada acrescenta a alimentação infantil. Por isso o programa [foi] excluído do Ministério da Saúde.

São trinta e cinco anos de uso da multimistura pela Pastoral da Criança com resultados que derrubam qualquer estudo recente. E logo após o resultado deste suspeito estudo o programa Globo Repórter apresentou uma reportagem mostrando as vantagens de se usar este tipo de alimentação.

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A vitória dos enlatados

Governo troca mistura nutricional consagrada há décadas por produtos industrializados

HUGO MARQUES

PIONEIRAHá mais de três décadas Clara Brandão criou um composto alimentar que revolucionou a nutrição infantil

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A cena foi comovente. O vice-presidente José Alencar preparava-se para plantar uma árvore em Brasília quando foi abordado por uma nissei de 65 anos e 1,60 m de altura. Era manhã da quinta-feira 6. A mulher começou a mostrar fotografias de crianças esqueléticas, brasileiros com silhueta de etíopes, mas que tinham sido recuperadas com uma farinha barata e acessível, batizada de “multimistura”. Alencar marejou os olhos. Pobre na infância no interior de Minas, o vice não conseguiu soltar uma palavra sequer. Apenas deu um longo e apertado abraço naquela mulher, a pediatra Clara Takaki Brandão. Foi ela quem criou a multimistura, composto de farelos de arroz e trigo, folha de mandioca e sementes de abóbora e gergelim. Foi esta fórmula que, nas últimas três décadas, revolucionou o trabalho da Pastoral da Criança, reduzindo as taxas de mortalidade infantil no País e ajudando o Brasil a cumprir as Metas do Milênio. E o que a pediatra foi pedir ao vicepresidente? Que não deixasse o governo tirar a multimistura da merenda das crianças. Mais do que isso, ela pediu que o composto fosse adotado oficialmente pelo governo. Clara já tinha feito o mesmo pedido ao ministro da Saúde, José Gomes Temporão – mas ele optou pelos compostos das multinacionais, bem mais caros. “O Temporão disse que não é obrigado a adotar a multimistura”, lamenta Clara.

Há duas semanas a energia elétrica da sala de Clara dentro do prédio do Ministério da Saúde foi cortada. Hoje, ela trabalha no escuro. “Já me avisaram que agora eu estou clandestina dentro do governo”, ironiza a pediatra. Mas ela nem sempre viveu na escuridão. Prova disso é que, na semana passada, o governo comemorou a redução de 13% nos óbitos de crianças entre os anos de 1999 e 2004 – período em que a multimistura tinha se propagado para todo o País.

Desde 1973, quando chegou à fórmula do composto, Clara já levou sua multimistura para quase todos os municípios brasileiros, com a ajuda da Pastoral da Criança, reduto do PT. Os compostos da multimistura têm até 20 vezes mais ferro e vitaminas C e B1 em relação à comida que se distribui nas merendas escolares de municípios que optaram por comprar produtos industrializados. Sem contar a economia: “Fica até 121% mais caro dar o lanche de marca”, compara Clara.

Quando ela começou a distribuir a multimistura em Santarém, no Pará, 70% das crianças estavam subnutridas e os agricultores da região usavam o farelo de arroz como adubo para as plantas e como comida para engordar porco. Em 1984, o Unicef constatou aumento de 220% no padrão de crescimento dos subnutridos. Dessa época, Clara guarda o diário de Joice, uma garotinha de dois anos e três meses que não sorria, não andava, não falava. Com a multimistura, um mês depois Joice começou a sorrir e a bater palmas. Hoje, a multimistura é adotada por 15 países. No Brasil só se transformou em política pública em Tocantins.

Clara acredita que enfrenta adversários poderosos. Segundo ela, no governo, a multimistura começou a ser excluída da merenda escolar para abrir espaço para o Mucilon, da Nestlé, e a farinha láctea, cujo mercado é dividido entre a Nestlé e a Procter & Gamble. “É uma política genocida substituir a multimistura pela comida industrializada”, ataca a pediatra. A coordenadora nacional da Pastoral da Criança, Zilda Arns, reconhece que a multimistura foi importante para diminuir os índices de desnutrição infantil. “A multimistura ajudou muito”, diz. “Mas só ela não é capaz de dizimar a anemia; também se deve dar importância ao aleitamento materno.” ISTOÉ procurou as autoridades do Ministério da Saúde ao longo de toda a semana, mas nenhuma delas quis se pronunciar. “O multimistura é um programa que não existe mais”, limitou-se a informar a assessoria de imprensa.

Fonte: [ IstoÉ Online ]