Entrevista: “A mentira dos CFCs & camada de ozônio”
Entrevistado: Professor Molion
Entrevistador: Professor Fendel
Fendel: Meu caro Professor Molion, mais uma vez tenho a honra de lhe perguntar e sanar algumas dúvidas, desta feita sobre mais uma mentira global, no que diz respeito à ação humana frente ao buraco da camada de ozônio. Como é essa estória?
Molion: Em 1960, o cientista britânico Sir Gordon Dobson escreveu em seu livro que o “buraco” na camada de ozônio (O3) sobre a Antártica era natural. Dobson não usou a expressão “buraco” e sim “anomalia”.
Quem usou o termo pela primeira vez foi Richard Penndorf, dos Laboratórios de Pesquisas da Força Aérea em Cambridge, EEUU, em 1950, quando analisou o período 1926-1942 de dados da estação de Tromsö, Noruega. Ele notou registros de concentrações de O3 de valores tão baixos quanto 50 Unidades Dobson (UD) e uma grande variabilidade diária, com um fator quase dez (1000%) entre o máximo e o mínimo registrados naquele período.
A expressão, porém, só ficou famosa após 1985, quando o cientista britânico J.B. Farman, e seus colegas do British Antarctic Survey, publicaram um trabalho sobre as anomalias do O3 na primavera austral.
O buraco é causado pelas condições climáticas especiais da Antártica, fato já conhecido por Dobson em 1958, e pela presença, na estratosfera antártica, de aerossóis vulcânicos, contendo cloro, fluor e bromo, liberados pelos 12 vulcões ativos que existem naquele continente. Só o Monte Erebus, em atividade há mais de 100 anos e com três crateras a uma altitude de 4 mil metros , praticamente na entrada da estratosfera, emite, em média, por ano, 60 vezes mais cloro que a emissão dos CFC.
Durante o inverno, com a noite polar, a produção fotoquímica de O3 é interrompida, pois esta precisa da radiação ultravioleta (UV) do Sol para se realizar. Intensifica-se, também, vórtice circumpolar, que são ventos superiores a 150 quilômetros horários que circundam o continente antártico, da superficie até a estratosfera, e isolam sua atmosfera do resto do Planeta, reduzindo as trocas gasosas, em particular a entrada de ozônio, uma vez que a maior parte do O3 existente na estratosfera polar é produzida na região tropical e transportada para lá pelos ventos.
Simultaneamente, o resfriamento, causado pelas perdas de radiação térmica para o espaço exterior, gera temperaturas estratosféricas inferiores a 80oC negativos e a presença de núvens polares, compostas de cristais de gelo, ácidos nítrico e sulfúrico, criam as condições para que o elemento químico cloro comece a destruir o ozônio cataliticamente.
Todos esses fatores levam à diminuição de sua concentração e ao aparecimento do buraco ou anomalia.
A situação só se reverte, ou seja, o buraco se fecha, em meados de outubro, com a ruptura do vórtice circumpolar, que permite que ar tropical, rico em O3, entre na atmosfera antártica, e com o ressurgimento do Sol (UV), terminando a noite polar e recomeçando as reações fotoquímicas.
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